2020 terá cinco blockbusters dirigidos por mulheres; por que isso importa?
Resumo da notícia
- Cinco grandes lançamentos de Hollywood serão liderados por mulheres
- Primeiro deles será Aves de Rapina, dirigido por Cathy Yan, e 6/2
- Em 2019, elas foram responsáveis por 10,6% dos cem filmes de maior bilheteria
Em 2020, Hollywood dará um passo importante na inclusão de mulheres atrás das câmeras. Pela primeira vez, elas serão as diretoras de cinco dos maiores lançamentos do ano - o que pode mudar a cara da indústria cinematográfica nos próximos anos.
O ano começa com Cathy Yan à frente de Aves de Rapina (6 de fevereiro). Depois, vêm Niki Caro com Mulan (26 de março); Cate Shortland com Viúva Negra (30 de abril); Patty Jenkins com Mulher-Maravilha 1984 (5 de junho); e Chloe Zao com Os Eternos (5 de novembro).
Todos são filmes de grandes franquias (dois da Marvel, dois da DC, e uma versão live-action de uma animação clássica da Disney) e com potencial de arrecadar rios de dinheiro nas bilheterias internacionais. Mas por que, afinal, isso importa?
Hollywood tem um problema histórico de desigualdade entre homens e mulheres na direção. Em 2019, elas foram responsáveis por 10,6% dos cem filmes de maior bilheteria, de acordo com uma pesquisa conduzida pela University of Southern California e divulgada ontem. O número ainda é baixo, mas corresponde ao melhor resultado nos últimos 13 anos - e representa um salto em relação a 2018, quando a porcentagem ficou em 4,5%.
Para Stacy L. Smith, uma das autoras do estudo, um dos principais fatores para o crescimento foi o fato de a Universal Pictures ter investido em cinco filmes que chegaram à lista - caso da animação Abominável, comandada por Jill Culton. No ano passado, o estúdio foi o primeiro a se comprometer publicamente a incluir mais mulheres na direção.
Em Hollywood, a regra é clara: dinheiro gera mais dinheiro. Se antes havia receio de se apostar em super-heroínas como protagonistas, ele ficou definitivamente para trás após Mulher-Maravilha arrecadar mais de US$ 800 milhões no mundo todo. Processo semelhante deve seguir com as cineastas, com o retorno financeiro desses filmes abrindo caminhos para que mais mulheres dirijam blockbusters e produções de grande porte.
Durante passagem pelo Brasil para promover Mulher-Maravilha 1984, em dezembro, Patty Jenkins disse que houve uma mudança "dramática e fascinante" após o lançamento do primeiro filme, que também foi dirigido por ela. "Ninguém acreditava que faríamos sucesso nem estava produzindo outros filmes [estrelados e dirigidos por mulheres]. E depois que o filme foi bem-sucedido, surgiram tantos. Isso me emociona".
A cineasta ainda contou nunca ter encarado o gênero de super-heróis como um nicho exclusivamente masculino. "Literalmente, nunca me ocorreu que isso estivesse fora do meu alcance. Eu amo filmes de super-herói. Desde o momento em que eu cheguei a Hollywood, eu dizia às pessoas que queria fazer filmes de alguns heróis - e a primeira deles era a Mulher-Maravilha. Acho que heróis são para todo mundo, e são um veículo para contarmos grandes histórias".
Jenkins deve ganhar mais companhias em breve, além das diretoras citadas no início deste texto. Kevin Feige, o todo-poderoso do Universo Cinematográfico da Marvel, prometeu mais diretoras em filmes do estúdio, e a DC está trabalhando em uma adaptação de Novos Deuses comandada por Ava DuVernay (Selma, Olhos Que Condenam). O universo Star Wars também ganhou suas primeiras diretoras: Debora Chow comandou um episódio de The Mandalorian, a comentada série do Disney+, e Victoria Mahoney trabalhou ao lado de J.J. Abrams como diretora de segunda unidade em A Ascensão Skywalker.
Os dias de "clube do bolinha" parecem estar mesmo contados em Hollywood.
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