Porchat diz que autores de ataque a produtora são monstros e defende vídeo
O humorista Fábio Porchat, um dos líderes Porta dos Fundos, chamou de "monstros" os autores do ataque à produtora de vídeos na semana passada e defendeu o polêmico especial de Natal feito para a Netflix, no qual os humoristas ironizam passagens bíblicas.
Em artigo publicado hoje no jornal "O Globo", Porchat defendeu a liberdade de expressão, criticou a intolerância e deu a entender que o discurso de políticos que assumiram o cargo neste ano pode ter encorajado os autores do ataque à produtora.
"O Porta dos Fundos fez Especial de Natal em 2013, 14, 15, 16, 17, 18 e nunca houve nenhuma reação violenta direta. Por que será que, em 2019, algumas pessoas se sentiram à vontade para atirar coquetéis molotovs na nossa porta? O que mudou neste ano especialmente para que pessoas tivessem essa audácia justamente agora? Eu tenho um palpite. E você?", questionou o humorista.
Em uma crítica direta aos autores do ataque, Porchat os comparou a ratos e baratas. "Sabe quando na infância a criança acende uma bombinha e joga no bueiro pra ver sair dali barata? O Especial de Natal do Porta dos Fundos é essa bomba, só que desse bueiro saíram baratas, ratos e monstros."
No texto, o humorista disse, ainda, que brincar com religião não é contra a Lei e que pode-se fazer piada com o tema da mesma forma como se brinca com futebol ou política.
"Satirizar a bíblia, olhe só, não é contra a lei. Chutar a [imagem de] Nossa Senhora é contra a lei. Depredar centros de umbanda é contra a lei. Dizer que você tem que parar de tomar remédio e só quem cura é Deus é contra a lei. Jogar coquetel molotov em uma produtora porque não gostou do que ela produziu é contra a lei. E, veja, brincar com a imagem de Deus não é intolerância. Intolerância é não querer deixar que brinquem", escreveu Porchat.
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