DJ Rennan da Penha fala da vida na prisão: "Do nada, tiraram tudo de mim"
Solto há quase um mês, Rennan da Penha, um dos idealizadores do Baile da Gaiola, revelou pela primeira vez detalhes da vida na cadeia no Conversa com Bial. O DJ foi preso este ano em razão de sua condenação em segunda instância a seis anos e oito meses de prisão em regime fechado, por associação ao tráfico no Rio de Janeiro.
"Foi um erro meu postar uma foto com uma réplica de fuzil feito de madeira com fita isolante no Carnaval de 2014. Peguei uma arma de um garotinho e tirei uma foto. Primeiramente fui acusado de ser olheiro do tráfico, que monitora a passagem da polícia na comunidade. Postei que o Caveirão estava entrando. Fui na vibe de avisar a comunidade e não sabia que ia dar tanto problema", contou.
Ele foi beneficiado por uma decisão do STJ, que seguiu o novo entendimento do STF contra prisão após condenação em segunda instância, e deixou a penitenciária Alfredo Tranjan, conhecida como Bangu 2, no último dia 23.
"Eu fui absolvido e depois condenado. Estamos junto com meu advogado para provar minha inocência. Não posso ser acusado por uma coisa que não cometi", justificou o DJ, dizendo como era a vida na cadeia.
"Nosso sistema carcerário é muito precário. Em uma cela com capacidade para duas pessoas, são colocadas seis, sete. É desconfortável. Na primeira vez que fui preso, fiquei numa cela com 120 pessoas com capacidade para 75, mas não doeu tanto, porque não tinha conquistado o que conquistei".
O artista revelou que temeu por sua carreira. "Agora viajei para o Egito, México, alguns países, ia fazer turnê na Europa, Estados Unidos. Do nada, tiraram tudo de mim. O que aconteceu poderia ter acabado não só com minha vida, mas com a minha carreira por completo. Tenho 11 anos de funk, lutei muito para chegar onde cheguei".
Rennan também comentou a sensação de perder a liberdade. "Quando a gente tá naquele lugar ali, a esperança meio que morre. As coisas mais simples são as que fazem mais falta. Queria comer uma rabada com agrião, pensava: 'o baile está pegando fogo e eu estou aqui'"
Enquanto espera a próxima etapa do julgamento, o músico assinou contrato com a Sony Music, lançou outra parceria com MC Livinho e pretende continuar sua carreira de onde parou.
"Espero dar uma retomada tanto na vida pessoal quanto musical. Fiquei muito surpreso com a proposta de alavancar minha carreira, viram potencial em mim. Quero levar MCs da comunidade para alavancar junto. Tem muitas pessoas com talento na comunidade".
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