Paulo Coelho diz que biógrafo de Raul Seixas "quer apenas vender a p... do livro"

Paulo Coelho voltou atrás e apagou o tweet em que comentou a reportagem da Folha de S.Paulo sobre a biografia de Raul Seixas, escrita por Jotabê Medeiros. O livro, intitulado Não Diga que a Canção Está Perdida, levanta a suspeita de que o cantor, morto há 30 anos, delatou o amigo durante a ditadura militar (1964-1985).
"Começo a ter sérias dúvidas dos documentos que o Jotabê Medeiros me enviou, dizendo e insistindo que Raul tinha me denunciado (e-mails arquivados) O que se passou entre Raul e eu fica entre nós. Vou deletar o tweet da Folha de S.Paulo. Acho que o cara quer apenas vender a porra do livro", desabafou Paulo Coelho no Twitter.
No tweet apagado, o escritor compartilhou a notícia e escreveu: "Fiquei quieto por 45 anos. Achei que levaria o segredo para o túmulo".
"O meu livro em nenhum momento diz que Raul Seixas delatou Paulo Coelho. Não há como sustentar uma afirmação dessas", escreveu.
"A obra apenas examina o clima de suspeita despertado em Paulo após o episódio de sua prisão em 1974. Descobri que essa desconfiança existia, que angustiava o escritor (que a escondia). Então, busquei abordá-la, trazê-la à luz (como convém ao biógrafo que pretenda contar uma história inteira)", continuou.
"Há um documento no qual um policial diz que, por intermédio de Raul, poderia localizar e prender Paulo Coelho e Adalgisa Rios (então mulher de Paulo). Vi que o documento, inconclusivo, pedia um exame à luz das datas e dos fatos encadeados, um encaixe histórico", explicou ainda.
"Isso tudo está esclarecido no livro. Não é a voz de Raul que fala ali, é um policial. Mas o simples fato de alguém abordar esse clima de suspeição tem sido tratado com muito desequilíbrio. Recomendo a leitura do livro para formar opinião com alguma racionalidade", completou.