De Manaus a NY: Por Sandy e Junior, fã vende férias e enfrenta até tiroteio
Ricardo Hengles vai cruzar o país de São Paulo a Manaus com um só objetivo: encontrar Sandy e Junior. A dupla se apresenta hoje na Arena da Amazônia no 11º show da turnê Nossa História. Todos eles tiveram a presença do fã paulistano que em outubro vai ainda mais longe, para Nova York, ver mais uma vez os ídolos de pertinho.
O fisioterapeuta de 33 anos se programou para ir a todos os shows da turnê anunciada em março. Para isso, vendeu suas férias e se organizou para não perder muitos dias de trabalho. A agenda de Sandy e Junior, facilitou: boa parte dos shows são aos finais de semana. Até agora as exceções foram o primeiro show da turnê, no Recife, e o de hoje, em Manaus, que acontecem em uma sexta-feira.
"Foi um investimento. Não tirar férias o ano inteiro para reverter esse valor e fazer essa loucura. Barato não é. Tem os ingressos, passagens, deslocamento interno, alimentação", admite o fã, que evitou colocar as despesas na ponta do lápis. "Eu preferi não fazer essa conta. Fiquei com medo do resultado que iria dar", conta aos risos.
"Não tem dinheiro que pague essa experiência"
Uma conta rápida mostra que, só de ingressos, o investimento de Ricardo com os shows de Sandy e Junior chega a quase R$ 6.000. Isso porque o fisioterapeuta está fazendo mestrado e usufruiu do benefício da meia-entrada. Pensando em gastos com hospedagem, passagens e deslocamentos nas sete cidades que ele já visitou além de São Paulo, onde vive, o valor aumenta. "Desconfio que os gastos já passaram de R$ 10 mil."
A vantagem de tantos voos em um curto período de tempo veio quando Sandy e Junior anunciaram os shows extras, inclusive fora do Brasil. "A passagem de Nova York eu consegui com as milhas acumuladas no meu cartão de crédito", diz o fã, que pagou cerca de US$ 60 pelo ingresso do show internacional. Já o show de Lisboa é o único que vai ficar de fora da rota de Ricardo. "Queria muito, mas infelizmente as passagens para Portugal estavam bem caras."
Ainda assim, Ricardo acredita que é um dos recordistas de presença na turnê Nossa História. "Tem um trio de amigos que está viajando o país atrás deles. Mas eles não vão ao show de Nova York. Então eles vão ver 16 dos 18 shows, e eu, 17", calcula.
"Está sendo incrível não só por ir a todos shows. Mas também de viajar, conhecer um monte de cidades, conhecer um monte de fãs que também fizeram loucuras para estar lá. Conheci muita gente nova. Não tem dinheiro que pague essa experiência."
Mas nem tudo é alegria para o fã que está viajando pelo Brasil há dois meses. No Rio de Janeiro, onde ele esteve nos dois shows da turnê, em agosto, alguns imprevistos aconteceram.
Peguei a linha amarela fechada por causa de um tiroteio. Fiquei no meio do tiroteio. Tinha policial passando do lado do carro armado. Cheguei no primeiro show direto na abertura, em cima da hora.
A volta para São Paulo também fugiu ao planejamento inicial. "Perdi o voo e tive que voltar de ônibus".
Frustração na infância e tatuagem
A história de Ricardo com Sandy e Junior começou ainda na infância, quando ele já era muito fã da dupla. Mas, por causa de um problema familiar, ele só conseguiu ver os irmãos ao vivo duas vezes durante os 17 anos de carreira deles juntos. "Sempre fui fã desde muito criança, mas meu pai não deixava eu ir em nenhum show. Ele era bem machista e dizia que era coisa de mulher, homem não podia ir nesse tipo de show", conta.
"Isso era uma frustração muito grande. Meus amigos iam a todos os shows, e eu não tinha a possibilidade de ir em nenhum. Aí o único show que fui deles foi uma vez que ganhei de Dia das Crianças porque uma tia me deu escondido. E ninguém podia saber que eu estava lá. Depois, quando eu comecei a trabalhar, no meu primeiro estágio que eu já tinha dinheiro para pagar do meu bolso, acabou a dupla. Fui só no último show deles. Agora eu tenho que estar em todos."
Ricardo ainda resolveu marcar na pele a experiência com o símbolo da turnê e o nome da música que tem mais significado para ele: Libertar. Ele procurou uma tatuadora que já havia gravado um trecho de uma das músicas solo de Sandy em um de seus braços no ano passado para fazer sua segunda tatuagem em homenagem aos ídolos.
A tatuagem, que foi postada pela artista no Instagram, recebeu a atenção até de Junior que comentou a publicação com corações. "[O desenho] Retrata muito essa questão de preconceito que eu tive com o meu pai e essa liberdade de viver o que eu gosto, o que eu sou", finaliza o fã.
Depois do show de hoje em Manaus, Ricardo ainda segue a dupla para ver os shows em Belém no sábado, Porto Alegre (21/9), Nova York (2/10) e São Paulo e Rio de Janeiro novamente para os dois shows extras (12 e 13/10) e o encerramento da turnê (9/11). O show de Lisboa, que está fora da rota dele, acontece em 6 de outubro na Altice Arena.
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