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"Não é censura nem homofobia", diz Crivella sobre polêmica na Bienal do Rio

Tentativa de censura de HQ dos Vingadores com beijo gay saiu pela culatra -
Tentativa de censura de HQ dos Vingadores com beijo gay saiu pela culatra

Do UOL, em São Paulo

08/09/2019 21h22

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB-RJ), usou o Twitter no início da noite neste domingo (8) para divulgar um vídeo, defender-se das acusações de censura e homofobia e responder a uma decisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). "Não é censura nem homofobia como muitos pensam", disse o prefeito na postagem.

"A questão envolvendo os gibis na Bienal tem um objetivo bem claro: cumprir o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente. Queremos, apenas, preservar nossas crianças, lutar em defesa das famílias brasileiras e cumprir a Lei", afirma Crivella na mensagem.

No vídeo, o prefeito responde aos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, do STF, que mais cedo acolheram um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e proibiram o recolhimento de exemplares de uma HQ vendida na Bienal do Rio, determinado por Crivella na quinta-feira (5).

"Impetramos embargos de declaração para que vossas excelências nos esclareçam, nos orientem, sobre como cumprir essa sentença sem contrariar o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente, que impõe embalagem específica a esse tipo de publicação", afirma o prefeito do Rio no final do vídeo.

A justificativa de Crivella para mandar fiscais da prefeitura recolherem a HQ —que tinha um desenho de beijo gay e era vendida em alguns estandes da Bienal— foi que o material afrontava o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Após idas e vindas da Justiça, que primeiro proibiu e depois autorizou a ação dos fiscais da prefeitura, o STF decidiu neste domingo que o recolhimento das revistas era ilegal e não poderia ser feito.

A determinação da prefeitura causou forte reação do público, que realizou protestos na Bienal contra a medida.

No sábado, o youtuber Felipe Neto comprou milhares de exemplares de livros com conteúdo LGBT+ e distribuiu gratuitamente na porta da Bienal, que foi encerrada hoje.