"Crivella e Doria tentam colocar Brasil em tempos medievais", critica CEO da Companhia das Letras
O CEO da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, criticou a postura do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de mandar recolher publicações com conteúdo "pornográfico" na Bienal do Livro, após reclamar que uma graphic novel dos Vingadores continha "material impróprio" por ter um beijo gay.
Na opinião do empresário, Crivella tenta colocar a sociedade brasileira em tempos medievais. João Doria, governador de São Paulo, também foi citado por mandar recolher um livro didático que explica a alunos do 9º ano do Ensino Fundamental o que é identidade de gênero (o que, segundo o prefeito, é uma "apologia à ideologia de gênero").
"Diante da censura feita por Marcelo Crivella, prefeito do Rio, e da fiscalização para identificar livros considerados 'impróprios' na Bienal do Livro, a Companhia manifesta seu repúdio a todo e qualquer ato de censura e se posiciona, mais uma vez, a favor da liberdade de expressão", publicou a Companhia das Letras no Twitter.
"Luiz Schwarcz, CEO e fundador da Companhia das Letras, afirma: 'Ficamos orgulhosos com a posição da organização da Bienal do Rio em defesa da liberdade de expressão e da diversidade. Ela mostra com dignidade a vocação e vontade dos editores. Posturas como a do prefeito Marcelo Crivella e do governador João Doria —que recentemente mandou recolher uma apostila escolar que falava sobre diversidade sexual— tentam colocar a sociedade brasileira em tempos medievais, quando as pessoas não tinham a liberdade de expressar suas identidades", prosseguiu o perfil da editora.
"Eles desprezam valores fundamentais da sociedade e tentam impedir o acesso à informação séria, que habilita os jovens a entrar na fase adulta mais preparados para uma vida feliz. Essas medidas, mais a suspensão do edital que daria apoio a produção de filmes LGBTQ+ por parte do governo federal, indicam uma perigosa ascensão do clima de censura no país --flagrantemente inconstitucional-- e que traz a marca de um indesejável sentimento de intolerância discriminatória", concluiu a Companhia das Letras.
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