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Era Uma Vez em Hollywood: 3 filmes para ver e conhecer a verdadeira Sharon Tate

Sharon Tate em cena de O Olho do Diabo (1967) - Divulgação/IMDb
Sharon Tate em cena de O Olho do Diabo (1967)
Imagem: Divulgação/IMDb

Caio Coletti

Do UOL, em São Paulo

21/08/2019 04h00

Na pele da atriz Margot Robbie, Sharon Tate é uma das figuras mais emblemáticas do filme Era Uma Vez em Hollywood, que chegou aos cinemas na quinta-feira. O longa de Quentin Tarantino nos deixa mergulhar na intimidade da atriz pouco antes do seu assassinato, aos 26 anos, nas mãos de seguidores de Charles Manson.

Tate, que estava grávida, na época do ataque, do seu primeiro filho com o cineasta Roman Polanski, viveu apenas dois anos nos holofotes de Hollywood. Após aparições como figurante e na TV, ela estreou no cinema com O Olho do Diabo, em 1967, e fez outros cinco filmes antes de sua morte.

Sobre o retrato de Tate no seu filme, Tarantino disse que queria passar aos espectadores uma mensagem clara: "Sharon foi muito mais do que uma vítima". Neste espírito, o UOL indica os três longas mais marcantes da carreira de Tate, para quem ficou curioso depois de ver Era Uma Vez em Hollywood. Confira:

O Olho do Diabo (1967)

Os créditos iniciais de O Olho do Diabo ostentam as palavras "... e introduzindo Sharon Tate", que deixaram o filme marcado como a estreia oficial da atriz em longas-metragens. Aqui, ela interpreta uma misteriosa jovem chamada Odile, que ronda o castelo de Bellenac ao lado do irmão, Christian (David Hemmings), causando todo tipo de problema para Catherine (Deborah Kerr), mulher do dono da propriedade, Philippe (David Niven), que retorna para lá a fim de atender uma emergência em sua plantação.

Como Odile, Tate ostenta uma aura de suspense, e eleva a tensão de O Olho do Diabo, apesar da direção genérica de J. Lee Thompson. Ao lado de Kerr, ela interpreta uma mulher que, conforme percebemos no desenvolvimento da trama, se vê presa pelas crenças, pelos dogmas e pela teimosia dos homens à sua volta. Em uma cena memorável, Tate vocifera para o Padre Dominic (Donald Pleasance): "Que hipócritas vocês são! Que hipócritas mais estúpidos!".

A Dança dos Vampiros (1967)

Essa comédia de terror de Roman Polanski marcou a primeira e única colaboração entre ele e Tate -- foi no set do filme que eles se conheceram e começaram um relacionamento. Na trama, ela vive Sarah, filha do dono de uma estalagem que é visitada pelo Professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu assistente, Alfred (o próprio Polanski), que buscam prova da existência de um vampiro na região. Alfred logo se vê encantado por Sarah, que é sequestrada pelo terrível Conde Von Krolock (Ferdy Mane).

Apesar do pouco timing cômico de Polanski como ator e diretor, A Dança dos Vampiros tem um charme especial, e é feito com óbvio esmero -- para o cineasta, essa era uma oportunidade nostálgica de remontar os contos vampirescos que cresceu ouvindo no Leste Europeu. Nessa brincadeira juvenil, no entanto, a Sarah de Tate é pouco mais do que uma donzela em perigo, um objeto de cena para o protagonista perseguir. Basta notar que, em suas três primeiras cenas de destaque, ela é vista nua em uma banheira.

O Vale das Bonecas (1967)

Um dos mais famosos (e ousados) dramas sobre Hollywood a saírem da própria Hollywood, O Vale das Bonecas foi detonado pelos críticos na época de seu lançamento, mas virou fenômeno de público, dando ainda mais notoriedade para Tate. No longa, ela vive Jennifer, uma das três jovens que o filme acompanha enquanto forjam o seu caminho pelo showbusiness -- ao lado de Neely (Patty Duke) e Anne (Barbara Parkins), ela encontra sucessos, fracassos, drogas, romances e homens manipuladores.

Embora penda para o melodrama e para o "novelão", o longa é envolvente e bem atuado. Tate entrega uma performance carismática como Jennifer, que sempre ouviu (de empresários, mas também de sua própria mãe) que não tinha talento nenhum, apenas "um corpo". O espectador também sente por ela quando se apaixona por um cantor, Tony Polar (Tony Scotti), acometido de uma doença degenerativa.

Embora o papel mais forte do filme fique com uma excelente Patty Duke, Tate brilha o bastante para indicar um futuro promissor em Hollywood -- futuro que, infelizmente, nunca se concretizou.