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Orange Is the New Black alterna entre os socos no estômago e a emoção em seu (bom) final

Taystee (Danielle Brooks) e Daya (Dascha Polanco) em cena da sétima temporada de Orange Is the New Black - JoJo Whilden/Netflix
Taystee (Danielle Brooks) e Daya (Dascha Polanco) em cena da sétima temporada de Orange Is the New Black
Imagem: JoJo Whilden/Netflix

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

26/07/2019 04h00

Ao longo de sete anos, Orange Is The New Black acumulou dezenas de personagens, além de uma grande bagagem de histórias tocantes e realistas sobre as vidas das mulheres que vivem atrás das grades. Encerrar a série, a mais longeva e mais assistida produção original da Netflix, era uma tarefa complexa, dada a quantidade de pontas soltas. Mas o texto da criadora Jenji Kohan e sua equipe se mostraram à altura da missão, entregando uma boa temporada final que consegue emocionar e desesperar ao mesmo tempo em que encerra de formas satisfatórias os arcos das personagens que acompanhamos durante tanto tempo.

A trama segue exatamente de onde a sexta temporada parou: Piper (Taylor Schilling), agora fora da prisão, luta para se adaptar ao mundo externo, enquanto aguarda a saída de Alex (Laura Prepon); Taystee (Danielle Brooks) lida com o desespero de ter sido condenada injustamente por um assassinato que não cometeu; e Red (Kate Mulgrew) e Gloria (Selenis Leyva) tentam manter a sanidade após serem colocadas na solitária - isso para ficar em só algumas das detentas pelas quais nos afeiçoamos.

É o ponto de partida para mais 13 episódios de 1 hora cada, que se provam mais relevantes do que nunca em suas mensagens sociais. Piper, tentando colocar sua vida de volta nos trilhos, tem de pagar pelos testes de drogas obrigatórios aos quais é submetida como parte de sua condicional; uma personagem fala das dificuldades que as ex-detentas enfrentam para tirar novos documentos de identidade; e a imigração e os centros de detenção de imigrantes se tornam ainda mais centrais, traçando um paralelo claro com a perversidade do sistema estabelecido no governo do presidente norte-americano Donald Trump.

Piper (Taylor Schilling) em cena da sétima temporada de Orange Is the New Black - JoJo Whilden/Netflix - JoJo Whilden/Netflix
Piper (Taylor Schilling) está fora da prisão na nova temporada
Imagem: JoJo Whilden/Netflix

Como sempre, OITNB não economiza nos socos no estômago. A série nos obriga a encarar questões incômodas e injustiças gritantes que nos passam despercebidas no dia a dia, e nem sempre é fácil de assistir - especialmente na primeira metade dos novos episódios.

Essa sensação vai diminuindo, no entanto, à medida que o último ano da se aproxima do seu desfecho. Há personagens que ganham finais desoladores, e outras tantas encontram destinos agridoces, entre pouquíssimos finais que poderiam ser definidos como felizes; mas o que predomina nos episódios é um tom otimista e emocionante.

A necessidade de concluir tantas histórias e personagens deixa, por vezes, a temporada confusa e arrastada. OITNB tem o mérito, no entanto, de conseguir honrar cada uma de suas protagonistas e coadjuvantes, inclusive aquelas que ficaram pelo caminho e, acreditava-se, nunca mais seriam vistas. É, definitivamente, um final merecido para aquela que foi uma das séries mais importantes da história da Netflix.

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