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Gravações raras de Elton John, Nirvana e muitos outros foram perdidas em incêndio

Elton John posa para foto em sua casa na Inglaterra em 1974 - Terry O"Neill
Elton John posa para foto em sua casa na Inglaterra em 1974 Imagem: Terry O'Neill

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

11/06/2019 11h04

O Universal Music Group escondeu por mais de dez anos a perda de um dos maiores arquivos musicais do mundo. Segundo nova reportagem do "The New York Times", um incêndio em 2008 destruiu gravações raras de virtualmente todos os grandes artistas norte-americanos das últimas décadas, de Elton John a Nirvana, passando por Ray Charles, B.B. King, Cher, Joni Mitchell, Cat Stevens, Eric Clapton, The Eagles, Aerosmith, The Police, Sting, Janet Jackson e Guns N' Roses.

A tragédia aconteceu nas primeiras horas da manhã de 1º de junho de 2008, em um agrupamento de prédios coloniais conhecido como New England Street, onde vários filmes e séries de TV rodam cenas importantes. Após um grupo de trabalhadores consertar o telhado de um dos prédios usando um maçarico e deixar o local, o incêndio começou a consumir várias das construções.

Na época, o incêndio chegou a ser noticiado pela imprensa norte-americana, mas o foco foi no arquivo de vídeos contido no Prédio 6197, que foi salvo pelos bombeiros. O grupo de gerenciamento de crise da Universal conseguiu deixar a destruição do arquivo de raridades musicais fora das manchetes, que caracterizaram o incêndio como "uma tragédia quase totalmente evitada".

Entre as gravações mais raras perdidas no incêndio estão as do catálogo de artistas da lendária Decca Records, que incluía Billie Holiday, Louis Armstrong, Duke Ellington, Al Jolson, Bing Crosby, Ella Fitzgerald e Judy Garland. Gravações de Chuck Berry para a Chess Records também foram consumidas pelo incêndio, além de alguns dos primeiros registros da carreira de Aretha Franklin.

Essas gravações são conhecidas por profissionais do meio como "masters", os registros de estúdio a partir dos quais são criados álbuns de todos os formatos (vinis, CDs, streaming, etc). "Uma 'master' é a mais verdadeira versão de uma música que você vai achar", disse Adam Block, ex-presidente da Legacy Recordings. "Em termos de som, uma 'master' pode ser incrível como captura de um evento. Toda cópia depois da 'master' está um pouco mais distante dela".