Dos recordes à trilha de "O Rei Leão": como Elton John influenciou gerações
"Rocketman" chegou aos cinemas com a missão de mandar a real sobre Elton John: os altos e baixos, os romances, a sexualidade e os abusos que marcaram sua carreira. Se para os mais novos ele pode parecer apenas um senhor espalhafatoso e ser lembrado pela amizade com a princesa Diana e por alguns hits, é preciso destacar que sua influência no mundo da música transcendeu gerações.
Reginald Kenneth Dwight, hoje com 72 anos, começou a tocar piano e a cantar ainda garoto, passou por formação clássica, mas sempre teve um pezinho no rock. Musicando as letras do compositor Bernie Taupin, Elton mostrou que sua influência vinha de vários lugares: rock, pop, country americano, blues e gospel, além do clássico.
Se algumas bandas de rock soam perigosas, Elton John foi por um caminho igualmente empolgante e efervescente, mas conseguiu alcançar um público bem mais amplo, mais pop, o que se vê nos números conquistados.
Elton John foi Rei do Pop antes de Michael Jackson ganhar essa denominação. Ele vendeu mais de 200 milhões de álbuns. Foram sete álbuns consecutivos liderando as paradas musicais. Além disso, colocou 57 músicas no top 40 das paradas norte-americanas, atrás apenas de Elvis Presley. 27 delas chegaram ao top 10 e nove foram líderes entre as mais ouvidas - Michael Jackson, o recordista de números 1, teve 13.
Elton também está no Hall da Fama do rock, ganhou cinco Grammys, um Oscar, um Globo de Ouro e um Tony Award.
A influência no mundo pop
A forma como Elton John unia tantos estilos para criar seu próprio influenciou gerações de artistas, porque era fácil se relacionar com sua música. Elton conversava com todo mundo, todos os gêneros. Tanto que colecionou parcerias com quase todos os principais artistas da história: tocou ao vivo com John Lennon e colaborou ou se apresentou com gente que vai de Aretha Franklin a Luciano Pavarotti, de Sting a Backstreet Boys.
Elton teve a vantagem de estar na vanguarda. Sua ascensão no rock aconteceu num momento de baixa no estilo. "Rocketman" mostra como ele tentou escrever canções mais melancólicas no começo, mas como foi fazendo performances energéticas que ele estourou, principalmente a partir de uma turnê pelos Estados Unidos.
Mais tarde, nos anos 1980, usou sintetizadores e teclados, modernizando o seu som e se mantendo relevante. Astros como George Michael têm clara influência de Elton, a ponto de eles terem cantado juntos em "Don't Let The Sun Go Down On Me". Michael Jackson era amigo do cantor. Axl Rose discursou em sua entrada no Hall da Fama do Rock. E por aí vai...
Década após década, essa posição de prestígio se manteve. Eminem, Lady Gaga, Shania Twain e Ed Sheeran são exemplos de artistas que tiveram parcerias com ele.
Mudando o mundo dos filmes e musicais
Elton John ainda teve uma segunda passagem muito marcante na carreira, para além dos seus álbuns. A culpa é da Disney. O cantor estava em um momento com polêmicas e problemas, por conta de sua posição assumindo a homossexualidade e por ter se internado para uma reabilitação em 1990.
A Disney o convidou, então, para participar da trilha sonora de "O Rei Leão". O projeto é interessante por sua variedade musical e pelos frutos que colheu. No Oscar a que concorreu, o longa colocou três músicas entre as cinco indicadas à estatueta. Elton venceu com "Can You Feel the Love Tonight", que também lhe rendeu um Grammy. A trilha sonora do filme vendeu mais de 15 milhões de cópias.
Todo este sucesso resultou em novo fôlego a Elton John e uma fase em que ele apostou com força nos musicais. "O Rei Leão" chegou à Broadway com tanto sucesso quanto teve nas telas, permanecendo em cartaz por anos e chegando aos bilhões em arrecadação. Elton foi um dos responsáveis pela nova fase dos musicais, baseadas em canções originais e em adaptações de filmes de sucesso, passando das influências de óperas e histórias tradicionais a trilhas sonora prioritariamente voltadas ao pop.
Elton ainda participou das produções de "Aida", "Billy Eliot, o Musical" e fez a trilha do filme "A Musa", de 1999, entre outros. Na carreira solo, seu último foi "Wonderful Crazy Night", de 2016, recebido com expectativa e elogiado pela crítica, mas que não chegou ao topo das paradas, um detalhe que em nada arranha uma carreira com tantos pontos altos.
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