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"Vingadores: Ultimato": Como a Marvel conseguiu deixar o Hulk tão humano?

Hulk (Mark Ruffalo) em cena de "Vingadores: Ultimato" - Reprodução
Hulk (Mark Ruffalo) em cena de "Vingadores: Ultimato" Imagem: Reprodução

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

13/05/2019 20h25

A Marvel Studios desenvolveu uma tecnologia inédita para retratar Hulk em "Vingadores: Ultimato". Tanto trabalho foi justificável já que esta foi a primeira vez nas telonas que Bruce Banner (Mark Ruffalo) e seu alter ego conseguiram finalmente se entender.

A versão cinematográfica é uma adaptação do que vimos nos quadrinhos como o Professor Hulk, um personagem que tem a força do Gigante Esmeralda com a inteligência e os traços de Banner.

"Nesta encarnação, Banner se reconciliou com o Hulk e se tornou um personagem fundido. Ele é o melhor dos dois mundos", disse o supervisor de efeitos visuais Dan DeLeeuw em entrevista ao site The Walt Disney Company.

O também supervisor Russell Earl e sua equipe da Industrial Light & Magic usaram uma tecnologia chamada de Anyma, criada pela DisneyResearch|Studios em 2015 e desenvolvida nos anos seguinte para que Hulk pudesse aparentar mais humano do que a aparência grotesca que vimos nos filmes anteriores.

"'Anima' em latim também significa 'alma', e é isso que queríamos alcançar", explicou o pesquisador-chefe Thabo Beeler. "Queríamos capturar a alma do ator."

Anyma foi construída tendo como base a Medusa -- a tecnologia usada em "Guerra Infinita" para registrar a captura facial de Ruffalo e Josh Brolin (intérprete do temido Thanos). Segundo Beeler, o novo projeto permite "configurar câmeras que estão mais distantes, para que os atores possam se movimentar e realmente atuar".

Entretanto, nem tudo é só tecnologia. Apesar de Anyma ser a "definição da próxima geração de captura de movimento", os especialistas reiteraram que a atuação de Ruffalo foi essencial para a construção sólida que vimos de Hulk em "Ultimato".

"A performance maravilhosa dele foi sutil e diferenciada. Mark tem movimentos faciais muito distintos e uma assimetria sutil que o tornam único. Isso, por sua vez, exigia um nível mais alto de fidelidade em nossos tratamentos faciais. Começamos com o sistema facial robusto implementado, mas depois de ver os resultados iniciais da Anyma, sentimos que poderia ser fundamental para alcançar esse nível mais alto de fidelidade e fornecer mais controle sobre os dados finais de captura resolvido", explicou Russell Earl.

A Anyma deu tão certo que já foi usada em outros filmes da Disney, como "Aladdin", "Star Wars: A Ascensão Skywalker" e "Homem-Aranha: Longe de Casa".