Diretores de "Ultimato" garantem que nenhuma teoria de fã chegou perto do filme
Quando "Vingadores: Ultimato" estrear nesta quinta-feira (25), colocará por terra centenas de teorias que passaram a povoar as redes sociais desde que o supervilão Thanos reduziu a pó metade do universo - e dos heróis da Marvel - em "Guerra Infinita", no ano passado. E isso não é mera especulação: segundo os diretores Anthony e Joe Russo, nenhum fã chegou perto de desvendar a trama de "Ultimato", que vem sendo guardada em segredo absoluto.
"Nós amamos que os fãs sejam tão ativos em pensar sobre essa história e usar a imaginação para traçar onde esses personagens e essas narrativas podem ir, isso é maravilhoso", diz ao UOL Anthony. "Mas a maior parte das teorias dos fãs é composta de três frases, e o filme é uma experiência muito grande e densa. Ele é infinitamente mais detalhado do que qualquer teoria que você possa ler na internet. Algumas até conseguem chegar perto, mas nenhuma é exatamente o que o filme é".
Os irmãos cineastas, porém, têm uma teoria absurda favorita: a do "Thânus", segundo a qual a única forma de pôr fim ao Titã Louco seria com o Homem-Formiga (Paul Rudd) diminuindo de tamanho para entrar no ânus do vilão e, então, crescer novamente. "Eu quero saber quem inventou isso, foi uma pessoa diabolicamente esperta", ri Joe. "Nós sempre nos divertimos com a energia que os fãs colocam nisso, levando a sério ou não, o que também é uma parte importante".
Segredos e mais segredos
Os irmãos deram a entrevista ao UOL em um hotel de Los Angeles no início do mês, logo após apresentarem "Ultimato" a uma plateia de jornalistas ao lado do elenco composto por nomes como Scarlett Johansson (Viúva Negra), Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) e Chris Evans (Capitão América). Comentários que revelassem qualquer detalhe sobre a trama eram expressamente proibidos. É um nível de confidencialidade pouco visto na indústria, a ponto de poucos envolvidos na produção saberem exatamente como ela termina.
"Tem um certo número de pessoas que precisaram trabalhar com o filme que sabem, mas [as informações] só eram reveladas quando necessário", conta Anthony, antes de seu irmão explicar o motivo de tanto segredo. "Estamos trabalhando nesse filme há anos e queremos proteger a integridade da experiência para pessoas que não querem estragá-la, especialmente nessa época em que todo mundo quer respostas para ontem. É muito importante para nós, emocionalmente, oferecer a oportunidade às pessoas que querem assistir ao filme sem saber nada. Vamos zelar por isso".
Ninguém pode acusar os cineastas do contrário. Os trailers de "Ultimato" revelaram pouco - ou nada - sobre a história, além do fato de que ela mostrará os heróis se reagrupando para ir atrás de Thanos. Os irmãos ainda divulgaram uma carta aberta aos fãs pedindo para que não dessem spoilers do filme, da mesma forma que haviam feito antes de "Guerra Infinita". Coincidência ou não, o recado veio no mesmo dia em que uma cena do longa vazou e foi divulgada nas redes sociais.
O luto
Econômico nas palavras para definir "Ultimato", Anthony limita-se a dizer que tanto ele quanto o irmão estão "felizes" e "orgulhosos" com o resultado do filme de 3 horas de duração, finalizado um dia antes da entrevista. Ele entrega, porém, que o luto pelos que se foram terá um papel central na história dos heróis remanescentes.
"A primeira parte da história é centrada em como você segue em frente depois de viver uma coisa dessas. Como um herói faz isso? Como um super-herói suporta a perda e o sofrimento?", explica, revelando que só depois de o longa tratar disso é que seu grande vilão retornará aos holofotes: "Queríamos manter o foco aí antes de colocar Thanos na história".
O fim de uma jornada
Mas "Vingadores: Ultimato" não marca apenas o fim da saga épica de 22 filmes e 11 anos: ele é, também, um desfecho para a jornada dos irmãos Russo no Universo Cinematográfico da Marvel.
Aclamados criticamente por seus trabalhos nas séries de comédia "Arrested Development" e "Community", Joe e Anthony Russo foram escolhidos a dedo para comandar "Capitão América: O Soldado Invernal" (2014). Deu tão certo que eles foram escalados para "Capitão América: Guerra Civil" e os outros dois "Vingadores".
"Nós pudemos contar uma história completa de 'Soldado Invernal' a 'Ultimato', e pudemos lidar com temáticas que se sobrepõem e amarram todos esses filmes juntos, o que foi bem especial", avalia Joe. "É um experimento nunca antes visto, todas essas franquias interconectadas contando essa narrativa gigantesca. É especial para cineastas como nós, porque é uma oportunidade única de criar um filme que é um evento cultural, em que você pode alcançar pessoas em uma escala global e compreender o valor dele".
Em mais de meia década de trabalho, a dupla não se arrependeu de nenhuma decisão tomada. "Estamos à vontade com todas as escolhas que fizemos e tivemos muita liberdade. Recebemos muito apoio da Marvel e da Disney, então como reclamar? Fizemos um dos filmes mais caros da história e matamos metade dos personagens ao fim dele. Eles nos permitiram tomar decisões ousadas e arriscadas".
E existe futuro pós-Marvel. Os Russo se preparam para dirigir "Cherry", filme de ação que será estrelado por Tom Holland, o Homem-Aranha, e não descartam a ideia de, um dia, retornar à TV. "É um meio que amamos", diz Joe. "A TV e o cinema exigem esforço de diferentes músculos criativos e permitem contar diferentes tipos de histórias. Acho que séries como 'Game of Thrones' são a prova de que as pessoas realmente gostam dessas narrativas longas da televisão".
Caso um retorno aos quadrinhos da Casa das Ideias esteja em vista, no entanto, eles já sabem com quais dos heróis recém-chegados da aquisição da Fox eles gostariam de trabalhar. "X-Men e Quarteto Fantástico, com certeza", se anima Joe. "O Coisa era o meu personagem preferido quando era pequeno".
*A repórter viajou a convite da Disney
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