"De Pernas pro Ar": Por que precisamos de uma comédia falando de sexo em 2019?
Em tempos de educação sexual nas escolas questionada por políticos e parte da sociedade, a comédia "De Pernas pro Ar 3", continuação da história da empresária do ramo de brinquedos eróticos Alice (Ingrid Guimarães), é mais atual do que suas predecessoras, lançadas em 2010 e 2012.
Essa ao menos é a opinião do elenco do filme, que estreia amanhã com expectativa de liderar bilheterias. A franquia, uma das mais bem-sucedidas do cinema nacional, já fez mais de 8,4 milhões de espectadores saíram de casa para gargalhar com um dos grandes tabus do brasileiro: o próprio prazer.
"Eu não acho nem que é questão de ainda ser engraçado. Eu acho que o humor é a melhor maneira de falar de temas tabus", diz ao UOL Ingrid Guimarães, que também assina o roteiro do filme. "Acho o 'De Pernas pro Ar' muito mais revolucionário do que quando ele surgiu."
História familiar
Na nova história, Alice decide abandonar a presidência de sua empresa de brinquedos eróticos para se dedicar à família, mas ela volta atrás para competir no mercado com a jovem Leona (Samya Pascotto), desenvolvedora de um revolucionário óculos de realidade virtual para vídeos pornôs.
Em sua história familiar, a trama retrata, por exemplo, o filho da personagem levando a namorada para transar dentro de casa e a filha pequena demonstrando toda sua curiosidade infantil sobre a finalidade das bonecas infláveis. Para elenco e produção, a presença do sexo no nosso cotidiano precisa ser naturalizada, e o cinema cumpre parte importante nesse processo.
"Sexo faz parte da vida. E quanto mais a gente se informar sobre isso, mais uma vida saudável a gente vai ter em sociedade. Reprimir o sexo é fazer uma sociedade mais violenta, porque isso vai sair de algum lugar mal para alguém", entende Samya, Bruno Garcia concorda.
"Existem tabus, mas a naturalização, ou a tentativa de naturalização do sexo como prática saudável e desejável está no cerne dessa discussão."
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