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Macklemore pede diversidade: "Não importa a cor da pele e orientação sexual"

Mariana Pekin/UOL
Imagem: Mariana Pekin/UOL

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

05/04/2019 22h29

O rapper americano Macklemore encerrou os shows do palco Adidas do Lollapalooza com a primeira dose de rap "raiz" do festival --ou algo que remeta a isso. Mais cedo, o grupo de rapcore Fever 333 havia deixado fãs do estilo com gostinho de quero mais.

"Esse é o último show dessa turnê na América do Sul e não poderia terminar melhor. Vocês querem festejar esta noite?", perguntou ele ao abrir os trabalhos com "Ain't Gonna Die Tonight" e rasgar elogios aos brasileiros.

Apesar de estar ali para divulgar seu último trabalho solo, "Gemini", a apresentação, que contou com música inédita e gravação de clipe, é basicamente uma coleção dos hits lançados por ele em parceria com o produtor Ryan Lewis. Deu liga.

Rap de festa

O rap "raíz" do início deste texto veio porque o estilo de Macklemore, apesar de também beber em clássicos, tem muito mais a ver com a vibe pop festeira de Black Eyed Peas do que com o discurso social de um Public Emeny. Não há problema nisso, principalmente se você estiver em um grande festival. A maioria estava ali simplesmente pra curtir e dançar. Logo de saída, o hit "Thrift Shop" deu a letra e a batida do que estava por vir.

Magnetismo

Macklemore é um baita MC, no sentido original da coisa. O rapper tem carisma, sabe puxar os coros na hora certa, as pausas e o momento de simplesmente deixar o beats e coros falarem mais alto. A presença de palco é seu grande trunfo. Isso sem falar no visual que parece ter saído de algum remake de "Miami Vice". Ele foi dono do palco Adidas no primeiro dia de Lollapalooza.

E o discurso?

Teve, e falou de política e diversidade. "Estamos aqui para nos unirmos. Não importa a cor da pele, a orientação sexual, o banheiro que escolhemos usar, o que diz passaporte. Vocês são bem-vindos hoje e celebrar essa diversidade. No fim das contas, tem a ver com amor", disse ele antes de "Same Love". Os gritos contra o presidente Jair Bolsonaro, que apareceram várias vezes em outros shows, não foram ouvidos.

Willy Wonka no palco

Em um de seus momentos de "zoeira", Macklemore se vestiu de Willy Wonka para emendar o hit inspirado no filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate" --o original, com Gene Wilder, não o remake de Tim Burton. A música, que traz como intro a clássica "Just my Imagination", trilha do longa, fala em perder o controle dentro da fábrica de doces. Quem nunca sonhou com isso? Foi a senha para milhares de corpos começarem a quicar, e o melhor ainda estava por vir.

Boate rap?

Praticamente todas as músicas de Macklemore fizeram o público dançar como se não houvesse amanhã. "Dance off", "White Walls", "These Days", cover do Rudimental. A que trazia clima "duro" e ecos de Eminem era rapidamente sucedida por outra de pegada festeira. Um inteligente jogo de morde e sopra que caiu muito bem na plateia. Se faltava algo para a onda explodir, o rapper ainda promoveu um concurso de dança chamando dois fãs para rebolar no palco. O sucesso "Can't Hold Us", ficou pro fim, quando ele foi pra galera. "Vou ver vocês em breve. Paz!", despediu- se.