Fever 333 faz show caótico e puxa coro contra Bolsonaro no Lollapalooza
Primeira atração internacional do palco Adidas do Lollapalooza, o trio californiano Fever 333 entrou em cena para agradar aquele coração saudoso do final dos anos 90 e início dos anos 2000, que jamais esqueceu o poder dos refrãos de Rage Against the Machine e Linkin Park.
O som do trio formado por Aric Improta, Jason Aalon Butler e Stephen Harrison é descrito como rapcore ou rap metal, e o show do grupo, que tocou hoje no festival é porrada atrás de porrada, amparado por flows e refrãos grudentos.
Energia
Os integrantes parecem ligados no 220 volts. Saltando, correndo, indo pra galera. Na segunda música do show, o vocalista já deu um jeito de pular a grade e cantar no meio da galera. Um desafio para os roadies, que precisaram se virar para desenrolar rapidamente o cabo do microfone. Em seguida, Jason expulsou os fotógrafos do fosso, que estavam atrapalhando a interação com o público, e mais tarde ainda surfou sobre os fãs em uma maca emprestada dos socorristas. No fim, uma imensa roda de pogo tomou conta da plateia. Ecos de punk.
"Ei, Bolsonaro..."
Não demorou para a política entrar em cena no show do Fever, que teve início com o vocalista de capuz na cabeça, simulando uma prisão. "Viemos de um país em que se explora corpos negros e mulheres", alertou Jason, puxando o tema. Foi quando ele foi interrompido pela plateia. "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*", gritou o público em uníssono, pouco antes de "Made An America". Ele curtiu, entrou na onda e devolveu. "O que quer que vocês estejam dizendo, eu concordo com vocês!"
Minimalismo
Para tocar seu som esporrento de faixas como "Walking in My Shows", "One of Us", o grupo prega o minimalismo. Todos de preto no palco e apenas vocal, guitarra e bateria, nada de contrabaixo. A falta de cama sonora é compensada por samplers, peso e berros ao estilo hardcore. Também há momentos de solos de bateria e percussão, com participação de Jason, que dá conta com sobras na função de frontman.
Calor
Os relógios marcavam 33 graus do lado de fora do autódromo de Interlagos quando o Fever 333 subiu ao palco. Ao longo da apresentação, os integrantes foram tirando peças de roupa e exibindo suas tatuagens. A maioria do público não pode fazer o mesmo, mas Jason deu um recado importante. "Levantem as mãos só as mulheres. Queremos que todas as mulheres se sintam seguras em um show de rock", emendou ele, em referência ao assédio que muitas costumam sofrer em grandes eventos.
O show acabou com Aalon de cueca e o guitarrista no alto das estruturas do Lollapalooza, posição mais que improvável de se chegar, ainda mais carregando uma guitarra.
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