Supostas vítimas detalham abusos de Michael Jackson e treino para julgamento
Depois da enorme repercussão do documentário "Leaving Neverland", supostas vítimas de Michael Jackson falaram pela primeira vez à TV sobre o caso, voltaram a denunciar abusos do cantor e detalharam, além do próprio assédio, particularidades, como um suposto "treinamento" que recebiam, para quando tivessem de testemunhar no caso, em julgamento.
Em entrevista à rede de TV CBS, Wade Robson criticou os familiares que defendem Michael Jackson: "Eu acho difícil de acreditar que eles achem que ter garotos ao redor dele seria por qualquer outro motivo que não fosse abuso sexual".
Robson gravou entrevista para a CBS junto com outro acusador, James Safechuck. Ambos dizem que Michael Jackson abusou sexualmente deles por anos, quando ainda eram crianças. A fala deles apareceu na terceira parte de um segmento especial sobre "Leaving Neverland" que durou três dias.
"O treinamento de Michael para eu testemunhar começou na primeira noite em que ele começou a abusar de mim. No sentido de que ele começou logo a dizer que se qualquer pessoal descobrisse, nós dois iríamos para a cadeia e ambas as nossas vidas estariam arruinadas", afirmou Robson.
As duas supostas vítimas disseram que eram aliciadas por Michael. Robson detalhou a visita a Neverland, mansão do astro pop, em que passaria dois dias por lá. "Michael começou a tocar nas minhas pernas e virilha por sobre as minhas calças, e começou a fazer sexo oral em mim e me mostrar como fazer sexo oral nele". Antes do abuso, Michael já vinha se aproximando fisicamente, pegando nas mãos, dando beijos na testa e abraços no garoto.
Safechuck afirmou que o cantor "me introduziu à masturbação", ensinou-o como beijar de língua e depois "partiu para o sexo oral".
"Michael me escolheu"
Como crianças, eles sentiam sorte de serem escolhidos por Michael Jackson para estarem em Neverland e se aproximarem do ídolo.
"O sentimento era: 'De todas as crianças no mundo, eu estou aqui, Michael me escolheu'. E ele dizia que nunca tinha feito aquilo com mais ninguém. Então era algo como, 'Ele me ama e me escolheu'", disse Robson. "Ele dizia que nós nos amávamos e era uma forma de mostrar amor."
Safechuck diz que as coisas eram feitas de tal forma que parecia um relacionamento especial, e que aquilo não ligou sentimentos de medo ou choque naquele momento. "Não tocava um alarme na minha cabeça. Era como se nos amássemos e estivéssemos tentando fazer um ao outro feliz. Mas, como criança, você não sabe o que isso significa."
Robson disse que havia pessoal que trabalhava com Michael Jackson em todos os lugares, mas que havia um quarto privado para onde era levado, onde o cantor "podia fazer o que quisesse comigo". "É difícil acreditar que eles não sabiam o que acontecia lá, ou que não se questionavam se algo estranho estava rolando."
A suposta vítima diz ter sido abusada dos 7 aos 14 anos e diz que o sentimento mudou com o tempo. Aos 12, ele começou a se sentir incomodado, mas que temia pelo fim da amizade com Michael Jackson. Hoje ele lamenta ter testemunhado em 2005, quando, na verdade, ajudou Jackson o astro a ser inocentado. "Queria que estivesse pronto naquela época. Queria ter podido ter um papel de ajudar a parar Michael de abusar de outras crianças".
A família do cantor alega que os acusadores são mentirosos, buscando dinheiro.
O documentário "Leaving Neverland" será exibido nos Estados Unidos pela HBO nos próximo domingo e na segunda-feira.
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