Topo

"Ele era um predador sexual", diz advogada que denunciou Michael Jackson em 2002

Wade Robson posa com Michael Jackson em imagem de arquivo - Reprodução
Wade Robson posa com Michael Jackson em imagem de arquivo Imagem: Reprodução

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

06/02/2019 16h20

Gloria Allred, famosa advogada norte-americana que entrou na justiça contra Michael Jackson em duas ocasiões, afirmou em entrevista ao TMZ que o cantor "tem comportamento de um predador sexual e de um pedófilo".

"Há várias acusações sérias sobre pedofilia contra Michael Jackson, e ele pagou milhões de dólares em acordos [judiciais]. E isso tem que fazer parte do seu legado, além da música. Quem ele molestou ninguém sabe, mas eu acredito que ele era um predador sexual", acrescentou Gloria.

A advogada representou em 1993 o jovem Jordan Chandler, que disse ter sido abusado sexualmente por Michael. A família do garoto conseguiu um acordo de US$ 20 milhões com o astro do pop.

Em 2002, Gloria denunciou Michael Jackson para as autoridades da Califórnia (EUA) pedindo para que ele fosse investigado após o polêmico incidente em que balançou uma criança com o rosto coberto na varanda de um hotel.

As controvérsias na carreira do cantor, que morreu em 2009, voltaram a circular após a exibição do documentário "Leaving Neverland", que detalha abusos que Michael Jackson teria cometido contra crianças.

A sinopse oficial do filme, que traz depoimentos de Wade Robson, James Safechuck e de suas famílias, descreve: "No auge do seu estrelato, Michael Jackson começou relacionamentos duradouros com dois garotos de 7 e 10 anos. Agora com 30 anos, eles contam a história de como foram abusados sexualmente por Jackson e como eles chegaram a um acordo anos depois".

Ambos chegaram a depor a favor de Michael Jackson na corte quando o cantor foi julgado, o que gerou a revolta dos administradores do espólio do artista, que acusam os rapazes de "mentirosos" e o filme de mostrar apenas um lado.

A família de Michael rechaçou o projeto e o destacou como "linchamento público". Já o diretor Dan Reed se defendeu das acusações. 

"Eu não caracterizei Michael em tudo no filme. Eu acho que, se você assistir, você notará que é uma história sobre essas duas famílias e Jackson é um elemento dessa história. Mas eu não procuro caracterizá-lo. Eu não comento sobre Michael. Não é um filme sobre ele. O filme em si é um relato de abuso sexual, como o abuso sexual acontece e quais são as consequências mais tarde na vida", salientou o cineasta.

Exibido pela primeira vez em Sundance, "Leaving Neverland" ainda não tem previsão de estreia em circuito comercial. O documentário será exibido em duas partes pela HBO nos Estados Unidos, com previsão de estreia para a primavera norte-americana.