Como Avril Lavigne transformou luta pela vida no disco "Head Above Water"
Avril Lavigne, que lança hoje o novo álbum "Head Above Water", sempre teve uma relação complicada com o amadurecimento. Vale lembrar que ela é a artista que ficou famosa aos 18 anos cantando sobre a paixão de uma garota que "fazia balé" pelo "menino skatista" que virava astro do rock, na antológica "Sk8er Boy", hit do disco "Let Go", de 2002.
Encapsular toda uma geração de adolescentes presos entre o alternativo e o mainstream fez com que Avril cultivasse a imagem de juventude eterna, e no disco autointitulado de 2013 ela ainda estava pedindo "um brinde a nunca precisar crescer" -- até que, em 2014, tudo mudou.
Foi o ano em que Avril foi diagnosticada com a doença de Lyme. Transmitida por um carrapato, causa dores musculares severas, pode paralisar a face e causar palpitações cardíacas. Outro famoso que vive com este diagnóstico é o ator Alec Baldwin.
Uma noite, quando estava de cama e com sua mãe ao lado, ela percebeu que estava com dificuldades para respirar. "Eu tinha aceitado que ia morrer. Eu senti, naquele momento, que eu estava embaixo d'água, tentando ir à superfície respirar. Então eu murmurei: 'Deus, mantenha minha cabeça acima da água'", contou à "Billboard".
A prece virou música, "Head Above Water", canção-título do novo álbum, o primeiro de Avril em quase seis anos. Produzida pelo ex-marido Chad Kroeger (vocalista do Nickleback, de quem a cantora se separou em 2015, mas com quem mantém uma relação amigável), a canção foi a primeira que ela gravou depois de sua recuperação.
"Eu estava muito nervosa, achei que minha voz não sairia ou estaria diferente. Mas Deus olhou para mim e disse: 'Não, você vai continuar fazendo música'. A parte boa de tudo isso, dessa doença, é que eu pude aprender a ser presente, a não ser um robô que vai de turnê a disco, de disco a turnê", disse Avril. Mas seus vocais surgem mais fortes do que nunca em "Head Above Water", puros, sem efeitos ou modificações na maioria das faixas.
Embora cheio de referências ao passado de Avril e marcado por sua assinatura melódica, o álbum explora novos territórios e gêneros para a sua carreira. O segundo single, "Tell Me It's Over", é um exemplo: balada romântica desesperada, é produzida e cantada como uma grande canção de soul, assim como "Crush" e "Love Me Insane".
Já "It Was In Me" relembra a Avril de "Let Go". A semelhança entre a faixa e o hit "I'm With You", do disco de 2002, é grande -- mas, ao invés de confiar em outra pessoa para "chegar e levá-la para casa", Avril narra a jornada de auto-descobrimento dos seus anos recentes: "Eu finalmente entendi/ Depois de todo este tempo/ Que o que eu desejava estava dentro de mim".
Terceiro single do disco, "Dumb Blonde" tem parceria com Nicki Minaj e lembra a grudenta "Girlfriend", hit de 2007 da cantora. Mas a sonoridade é mais pesada, com guitarras no melhor estilo "Edge of Seventeen", e a mensagem muda radicalmente: Avril não está tentando roubar o namorado de ninguém, mas sim se afirmar além de estereótipos machistas.
"Quando você passa por algo como o que eu passei, você percebe quem são seus amigos de verdade, porque muita gente foi embora quando eu deixei de ser a 'garota festeira'", disse ela para a "Entertainment Weekly". "Eu tenho passado muito tempo com a minha família e estou namorando".
"Minha saúde ainda oscila", continuou. "Eu estou fazendo o meu melhor para manter um estilo de vida saudável -- estou comendo melhor, dormindo melhor, malhando. Eu definitivamente tenho que ir devagar. Ao mesmo tempo, tenho minha vida de volta agora: Posso fazer música, gravar clipes. Eu cheguei tão longe".
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