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Oscar rebate críticas a plano de entregar prêmios durante comerciais

Estatueta do Oscar - AFP PHOTO/Emmanuel Dunand
Estatueta do Oscar Imagem: AFP PHOTO/Emmanuel Dunand

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

14/02/2019 09h13

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela entrega anual do Oscar, rebateu críticas de membros da indústria, imprensa e fãs sobre a decisão de entregar as estatuetas de quatro categorias durante os intervalos da cerimônia, que ocorre no próximo dia 24.

Em comunicado oficial, a Academia quis "assegurar a todos que nenhuma categoria será apresentada de uma forma que a coloque como menos importante do que qualquer outra", frisando que os discursos dos vencedores dos quatro Oscar concedidos nos comerciais vão ao ar, de forma editada, em outro momento da cerimônia.

A declaração da Academia ainda deixou claro que a ideia é que as categorias apresentadas durante os intervalos mudem todos os anos. Para 2019, as escolhidas foram melhor fotografia, melhor edição, melhor curta-metragem e melhor cabelo e maquiagem.

Segundo a instituição, os próprios membros da Academia que trabalham nestas áreas voluntariaram suas categorias como as primeiras a serem apresentadas durante os comerciais. Nos próximos anos, elas não serão incluídas na escolha.

"Os produtores da nossa cerimônia consideraram tanto a tradição do Oscar quanto a nossa audiência global. Nós acreditamos sinceramente que o show será do agrado de todos, e estamos ansiosos para celebrar um grande ano de cinema com todos os membros da Academia e com o resto do mundo", finalizou a declaração.

A resposta da Academia vem poucas horas depois da manifestação formal de um grupo de mais de 40 cineastas e diretores de fotografia, que publicaram uma carta aberta direcionada ao presidente da instituição, John Bailey.

O documento foi assinado por vencedores passados do Oscar, como Damien Chazelle, Ang Lee, Martin Scorsese e Quentin Tarantino. Spike Lee, que concorre neste ano por "Infiltrado na Klan", também colocou o seu nome na manifestação.

"A Academia foi fundada em 1927 para reconhecer excelência nas artes cinematográficas, inspirar a imaginação e ajudar a conectar o mundo através da mídia universal dos filmes", argumentou a carta.

"Infelizmente, fugimos desta missão ao tentar apresentar entretenimento ao invés da celebração de nossa forma de arte e das pessoas que a criam. Relegar estes aspectos essenciais da nossa área a um status menor na cerimônia do Oscar é nada menos do que um insulto àqueles que nós que nos dedicamos inteiramente a nossa profissão", completou.