Letra escrita por Dinho, dos Mamonas, vira música inédita sobre a Copa; ouça
Uma letra escrita por Dinho, dos Mamonas Assassinas, ganhou vida 22 anos após a sua morte. Nesta semana, está sendo lançada “Vai Aê”, com versos encontrados em um sítio da família do vocalista e que ganharam uma composição inédita, em clima de Copa do Mundo.
Quem garimpou anotações de Dinho foi Jorge Santana, primo do músico que morreu no acidente de avião que vitimou toda a banda, em 1996. Santana é o responsável por cuidar do legado de Dinho e dos projetos que levam o nome do parente.
Ouça a música nos vídeos abaixo:
“Estamos produzindo um longa-metragem sobre os Mamonas, e eu estava procurando materiais inéditos para o roteiro, alguma fita VHS ou algo que pudesse ajudar para passar aos roteiristas. Eu estava com meu tio, num sítio em Itaquaquecetuba e achei essas anotações”, disse Santana, ao UOL.
O sítio tem um quarto que seria de Dinho, com um guarda-roupa em que são guardadas alguns objetos, como roupas e cartas de fãs e, no meio disso, Santana encontrou anotações que podem render mais cinco músicas.
Muitas anotações de Dinho são indecifráveis. Santana conta que ele não falava inglês, mas escrevia na língua, do jeito que falava. Mas uma das anotações, esta em português, trazia o título “Futi”. E acabou virou a canção que Santana ajudou a dar vida, composta por Ruy Brissac, que deu voz a Dinho no espetáculo “O Musical Mamonas”, sobre os rascunhos do cantor.
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A princípio Santana sequer sabia se eram versos para uma canção. Mas ele imagina que sim, e foi feito um trabalho desde dezembro com Sakata e Brissac, que complementou os versos para transformá-los no que se vê na canção, para tentar fazer jus ao que Dinho poderia ter feito.
“O Dinho era apaixonado por futebol, corintiano. Talvez não fosse uma música, mas achamos outras coisas anotadas com "Copa", "1998". Acho que ele faria algo para a Copa de 1998. E ele falava de futebol, mesmo no Mamonas, quando diz que ‘o brasil é tretacampeão’ (sic)”, diz o primo.
Para a parte instrumental, Tor Sakata priorizou o pop/rock, mas colocou influências de gêneros diferentes, como os Mamonas faziam, principalmente na batida de funk do refrão.
O toque mais pessoal de Dinho aparece com uma narração de jogo de futebol, que ele fez para um programa de TV.
“Como família, a gente só quer perpetuar o legado do Dinho. A música é muito otimista, traz um lado positivo que o Dinho acreditava e o Brasil precisa disso. Precisa acreditar em alguma coisa. Ele dizia que 'o impossível não existe', 'acredite em você'. Levamos isso para a letra. Mamonas era isso. O Dinho era isso”, diz Santana. “Espero que a gente tenha feito o melhor. Não queremos frustração, nem nada que os fãs não gostem. Foi feito com muito carinho e cuidado.”
Santana planeja mexer nos outros cinco rascunhos e promete o mesmo empenho para fazer jus ao primo. “Temos o material, mas temos de fazer parcerias. É uma coisa muito íntima tentar entrar no que a pessoa escreveu, colocar letras, melodia. Então, se formos fazer, será o mesmo processo atencioso que fizemos em ‘Vai Aê’.”
Jorge Santana prevê que o longa-metragem sobre a banda começará a ser rodado no meio do ano. Uma série de TV também está nos planos. Em ambos os projetos, Brissac estará à frente, como Dinho, apesar de a ideia não ser fazer dele um “clone ou um cover” do cantor, de acordo com Santana.
“Vai Aê” estreou na terça-feira, pela rádio 89FM e terá um evento de lançamento nesta quarta, em Guarulhos.
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