"Adoro Rihanna, mas gosto mais de Ludmilla e Anitta", diz Caetano Veloso
Aos 75 anos, Caetano Veloso afirmou que o novo disco ao vivo, "Ofertório", seu primeiro trabalho junto com os três filhos, esconde uma intenção emocional mais cara para o pai de família.
"É também um truque. Os filhos crescem e vão ficando mais distante da gente. Eles vão crescendo, vão tendo vida própria. Eu acho que eu quis fazer esse show pra deixar eles mais perto de mim mesmo adultos", disse o compositor.
Gravado com Moreno, 44, Zeca, 25, e Tom, 20, "Ofertório" é registro do show "Caetano Moreno Zeca Tom Veloso", projeto gestado em família no ano passado, e que chega às plataformas digitais na sexta-feira (25), quando a família apresenta o show de lançamento em São Paulo, no Espaço das Américas, com dobradinha no dia 26.
O projeto traz os quatro em frente a um cenário minimalista e iluminado de Hélio Eichbauer e de um repertório costurado pelo tom familiar, tanto pelos sucessos conhecidos do público (como "Trem das Cores" e "Reconvexo"), quanto pelo afeto fraternal que une as composições do pai e dos filhos.
"Quase viramos uma bandinha. Zeca virou contrabaixista e foi uma delícia. Se tem uma coisa capaz de me dar felicidade é sair com eles", diz Caetano em entrevista coletiva ao lado de Zeca para lançamento do disco, em São Paulo, nesta terça-feira (22).
A troca de energia com os filhos também contribuiu para o resgate da sua própria juventude, admite Caetano. No show, há tanto "Alegria, Alegria", canção que deu início ao movimento tropicalista, escrita quando Caetano tinha apenas 25 anos, quanto o funk inédito "Alexandrino", que ganhou espaço graças ao interesse que Zeca e o pai nutrem pelo gênero.
"Eu gosto imensamente, mais do que o Zeca", admite Caetano. "Desde o tropicalismo, Gil gostava de pensar em 'Strawaberry Fields Forever', aquela gravação dos Beatles, e eu gostava de pensar em Roberto Carlos. Gostava da imitação brasileira do pop de língua inglesa, sempre foi mais forte do que o pop de língua inglesa diretamente. Por exemplo, eu adoro Rihanna, mas tenho muito mais interesse em Ludmilla e Anitta. É o Brasil, sei lá."
Mesmo com toda a experiência, Caetano diz que viveu emoções difíceis durante o projeto. "A gente não sabia qual seria a reação, e também pelo jeito que a gente fazia. A gente não é uma banda profissional, mas todo mundo toca suficientemente para ter uma coisa só nossa. Eu estreei com muita tensão, com medo, fiquei nervoso à beça. Mas a reação foi mais parecida com o que eu sinto de bom do que com os temores."
Preocupação que o estreante Zeca compartilhou. É do filho do meio que surgiu o primeiro single do projeto, "Todo Homem", tema da supersérie "Onde Nascem os Fortes". O sucesso da música ainda não o tranquilizou. "Nunca fui e ainda não sou um músico profissional, ficava muito nervoso e ainda fico", contou.
No entanto, são os filhos que têm direcionado mais o projeto. "Em termos de ensinar, dar dicas, eu tenho mais ouvido do que dito", explica Caetano. "Eles é que põem mais no trilho."
SERVIÇO
"Ofertório" - com Caetano Veloso e seu filhos Moreno, Zeca e Tom
Onde: Espaço das Américas (rua Tagipuru, 795, São Paulo)
Quando: 25 e 26 de maio, às 22h30
Ingressos: de R$ 140 a R$ 380 em Ticket 360: https://goo.gl/xgibPV
Classificação 14 anos
Tel.: 3864-5566
Lugares 3.170
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