Sem arriscar, "Han Solo" diverte ao mostrar o herói mais cínico de Star Wars
Os dadinhos de ouro de Han Solo estão lá, logo nas primeiras cenas, pendurados no retrovisor de um speeder. Ele também usa um colete surrado, desta vez branco e não preto como em sua primeira aparição nos cinemas em 1977, no filme então chamado apenas "Guerra nas Estrelas". Um dos personagens mais emblemáticos da saga intergaláctica de George Lucas está de volta com seu filme próprio, "Han Solo: Uma História Star Wars", que estreia no dia 24.
Diferentemente do personagem, o longa dirigido por Ron Howard não corre riscos. O filme tem todos os ingredientes de uma narrativa clássica da franquia bilionária, com um pouco mais de duas horas de corridas espaciais, cenários grandiosos e alienígenas curiosos. É uma aventura para a família toda e, sem dúvida, isto vai decepcionar os fãs em busca de algo mais arriscado e denso para o herói mais cínico e complexo do universo "Star Wars".
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"Han Solo" traz respostas para alguns dos mistérios mais longevos do cinema. Estão lá o primeiro encontro com seu adorável copiloto peludo Chewbacca, em cenas nada dóceis e um tanto lamacentas, e também a tão especulada história sobre como o herói conseguiu ganhar a Millennium Falcon, a nave mais veloz da galáxia, num jogo de azar contra Lando Calrissian, agora interpretado por Donald Glover.
Han Solo foi apresentado no cinema nos anos 1970 na pele de Harrison Ford, como um contrabandista endividado que aceita transportar Luke Skywalker e Obi-Wan Kenobi em sua Millennium Falcon para o planeta Alderaan. No final, acaba se juntando à Aliança Rebelde. Solo apareceu nos dois filmes seguintes, nos anos 1980, e também na nova reencarnação da franquia em 2015, com "Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força". Ele ressurge casado com a Princesa Leia Organa e morre ao final, assassinado pelo próprio filho do casal.
Em “Han Solo: Uma História Star Wars”, os eventos se passam cerca de dez anos antes da produção original, rebatizada de “Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança”. O herói é um adolescente que tenta sobreviver nas ruas apocalípticas do planeta Corellia, ao lado de seu primeiro amor, a aventureira Qi'ra (Emilia Clarke, de “Game of Thrones”). A nova encarnação de Han Solo é o ator Alden Ehrenreich, um rapaz charmoso que traz frescor ao personagem.
Han é animado, otimista e já bastante atrevido, ainda sem muitos traços de egoísmo ou sarcasmo. São as relações ao longo do filme que vão marcar sua personalidade com a chegada de novas figuras ao mundo “Star Wars”. Além da namorada, outra novidade é o criminoso e mentor Beckett (Woody Harrelson), que coopta Han Solo e Chewbacca em suas atividades ilegais interplanetárias para saciar as vontades do vilão metido a aristocrata Dryden Vos (Paul Bettany).
E na ausência do dourado C-3PO, quem rouba a cena com boas tiradas é a andróide L3-37, copilota de Lando na Falcon, a nave legendária que, quando surge na tela do cinema, ganha aplausos do público.
No final, a principal diversão de “Solo” está em preencher as lacunas de personagens tão clássicos da cultura pop, em especial a amizade entre Han e Chewie. E, claro, começar logo a especular sobre o paradeiro dos novos personagens.
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