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Prepare-se para ver Anitta brilhando em Hollywood

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Imagem: Reprodução

21/11/2017 04h00

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Faz tempo que os clipes que contam histórias com começo, meio e fim deixaram de ser uma tendência na indústria fonográfica mundial. Clássicos como "November Rain", do Guns N' Roses, ou qualquer coisa da fase áurea do Michael Jackson foram dando espaço para narrativas mais interessadas na direção de arte do que em pormenores de enredo.

O drama foi ainda maior em nosso país. Desde o fim da MTV Brasil, em 2013, o formato caiu em desgraça e deu espaço a registros ao vivo dos sucessos do cancioneiro popular. Pelo menos até Anitta trazer os clipes de volta, explodindo de audiência no YouTube.

Boa parte de seu trabalho audiovisual é focada no luminoso suingue de sua performance, sempre agraciado com intervenções gráficas de bom gosto. Clipes de canções como "Bang" e "Show das Poderosas", mesmo seguindo essa fórmula, já deixavam clara a desenvoltura de Anitta além do canto e da dança.

Mas desde "Meiga e Abusada" a cantora também se arrisca eventualmente como atriz. Anitta vem lapidando sua expressão artística em diversas vertentes, e o clipe de "Downtown" com J. Alvin é a melhor demonstração disso.

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Trata-se da mais bem acabada canção de seu projeto de dominação mundial "CheckMate", e o primeiro a se preocupar em contar algo parecido com uma história. As curiosas instalações artísticas observadas em "Will I See You" e "Is That For Me" dão espaço a uma sinuosa trama no cassino onde Anitta dá vida a uma conspiradora sensual.

Pode ser apenas um suave fio condutor, mas é extremamente funcional como plataforma para exibir a versatilidade da cantora.

Cada vez mais reconhecida como uma profissional que não dá ponto sem nó, será que a investida internacional de Anitta engloba também a participação em blockbusters de verão nos Estados Unidos? Gosto de acreditar que sim.

Há um burburinho recorrente a respeito de seu envolvimento em novelas da Globo. Mas basta ver o apuro estético de seus trabalhos para perceber que sua trajetória hoje parece aproximá-la muito mais do cinema.

Evolução da linguagem: o que nos contam os clipes de Anitta

"Meiga & Abusada" (2013)

O primeiro esforço dramatúrgico relevante foi gravado nos Estados Unidos e parece uma das chanchadas da Globo Filmes.

"Essa Mina é Louca" (2015)

Os exageros de Almodóvar para ilustrar a intensidade de uma paixão.

"Sua Cara" (2017)

A aridez de George Miller em "Mad Max" com a pimenta setentista de Jesse Valadão, fazendo uma conexão entre o pragmatismo comercial de Major Lazer com o erotismo distópico de Anitta & Pabllo Vittar.

"Is That For Me" (2017)

A ausência de linearidade em nome da altivez de espírito, algo tão típico do trabalho "maldito" do gênio Alejandro Jodorowski, nosso querido Jodô.

"Downtown" (2017)

A classe, elegância e sensualidade com que Steven Soderbergh e Martin Scorsese vislumbraram o mundo dos blockbusters sobre jogatina.

Já estou preparando a pipoca. Tudo leva a crer que estamos às portas de prestigiar Anitta estrelando filmes arrasa-quarteirão em Hollywood.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.