Fernando Haddad elogia Virada Cultural 2013 e diz que violência foi maior que previsão
A 9ª edição da Virada Cultural de São Paulo registrou duas mortes (uma pessoa foi baleada e outra por suspeita de overdose), 28 pessoas detidas --17 em flagrante, sendo nove adolescentes--, 12 casos oficiais de roubo e seis esfaqueamentos. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Segurança Pública no final da tarde deste domingo (19) em coletiva para imprensa.
"Do ponto de vista das atrações, tudo transcorreu na mais perfeita ordem. Foram 900 apresentações quase impecáveis. Apenas dois shows atrasaram ou tiveram problemas. A diversidade e o respeito são pontos positivos. Foi uma das melhores Viradas de todos os anos", disse o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. "O que mais preocupou foi a segurança e episódios que ocorreram sobretudo na madrugada, das 2h às 6h. Recebemos mais ocorrências do que imaginávamos, mas algo normal com cerca de 4 milhões de pessoas", completou.
19.mai.2013 - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, participa de coletiva sobre balanço da Virada Cultural 2013
Sobre a coletiva que a Polícia Militar cancelou no início da tarde porque teria entrado em conflito com interesses da Prefeitura, Haddad disse que sua equipe preferiu apenas apurar melhor os números antes de divulgar qualquer dado oficial. "De sexta-feira para sábado o índice de violência em São Paulo foi o mesmo de sábado para domingo. Vamos fazer uma avaliação para apurar o que aconteceu e depois tomar as providências necessárias", falou Haddad, acrescentando que "é prematuro dizer como [estes incidentes] influenciarão na próxima Virada".
Segundo o tenente-coronel Reynaldo Simões Rocha, um total de 34 ocorrências estão em andamento para serem solucionadas pelo poder judiciário. Ele ainda listou que houve tráfico de entorpecentes, apreensão de armas de fogo e casos de excesso de bebidas alcoólicas. No total, 1.800 pessoas receberam atendimento médico e 260 foram removidas da Virada para hospitais.
Violência e tensão nas ruas
Mais de 900 atrações se dividem em diversos palcos por 24h entre as 18h de sábado e as 18h deste domingo, mas a insegurança nas ruas mais uma vez se fez presente.
A reportagem do UOL flagrou um arrastão na praça da República a dez metros de uma base da Polícia Militar, da qual os policiais alegavam não poder sair. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 3.400 PMs participaram do policiamento do evento.
Policiais que não quiseram se identificar afirmaram ao UOL que esta foi a edição mais violenta da Virada. Segundo eles, não se esperava um número tão grande de ocorrências.
Nas redes sociais, a falta de segurança também foi assunto na página principal do evento no Facebook. "Estou com medo. Vi de perto arrastão", disse um internauta. "É o quinto ano que eu vou e o último, porque essa foi uma Virada realmente assustadora. Seis baleados, gente esfaqueada e até o Eduardo Suplicy foi roubado", disse outra pessoa, referindo-se ao senador do PT que foi furtado durante show de Daniela Mercury no palco Júlio Prestes.
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