Dos nove filmes que concorrem ao prêmio mais importante da 92ª edição do Oscar, que acontece neste domingo, apenas um é protagonizado por um elenco predominantemente feminino: "Adoráveis Mulheres", dirigido por Greta Gerwig; dos concorrentes, só dois, "História de Um Casamento" e "Parasita", têm protagonistas de ambos os gêneros; todos os seis longas restantes têm homens à frente —"1917", "Era Uma Vez em... Hollywood", "Ford vs. Ferrari", "O Irlandês", "Coringa" e "Jojo Rabbit". É uma demonstração de que a tradicional Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood ainda resiste aos clamores por mais representatividade feminina no cinema e nas suas premiações —a mudança, ainda que exista, vem bem, bem devagar.
A afirmação acima não é feita gratuitamente. Ao longo de semanas, a reportagem do UOL assumiu a missão de analisar os vencedores de 91 edições de Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator e melhor atriz, a fim de identificar quais eram os protagonistas dos longas ganhadores e que tipo de papel rendeu a homens e mulheres os prêmios mais cobiçados do cinema. Lemos as sinopses de 239 filmes, indo do grande premiado do primeiro Oscar, "Asas", até "Green Book - O Guia", o campeão de 2019.
Os resultados podem ser resumidos com aquela frase que se tornou meme: decepcionantes, mas não surpreendentes.