Músicos em isolamento se revoltam com indústria do streaming
As proibições de apresentações ao vivo deixaram muitos músicos britânicos no limiar da pobreza, o que incentivou uma campanha para que eles obtivessem uma parcela maior dos lucros do streaming de suas músicas online.
"Estou sendo contatado por muitos artistas jovens que têm milhões de streams e 200 mil ouvintes mensais, mas não ganham um salário mínimo", disse à Reuters o músico Tom Gray, da banda indie inglesa Gomez.
Campanha
Gray lançou a campanha Broken Record para pressionar a indústria a fazer mais pelos músicos.
Mesmo com a banda Gomez acumulando milhões de reproduções no Spotify, isso representa "alguns centavos" de receita para Gray.
Isso ocorre porque o dinheiro pago pelos consumidores pelas principais plataformas de streaming de música entra em um centro de arrecadação central, que é distribuído aos artistas de acordo com a participação de mercado.
Então, se alguém pagar mensalmente a assinatura do Spotify e ouvir apenas músicas da banda Gomez, o seu dinheiro ainda chegará a ouros artistas.
Outro lado
As empresas de streaming dizem que estão fazendo o possível para ajudar os artistas durante a pandemia. O Spotify comprometeu-se a levantar doações de até US$ 10 milhões para instituições de caridade, e a Apple Music lançou um fundo de US$ 50 milhões para gravadoras e distribuidoras independentes.
Apesar de uma provável queda de 25% na receita mundial de música neste ano por causa da pandemia, o setor deve dobrar de valor até 2030, mostrou uma pesquisa do Goldman Sachs publicada este mês. Mas muitos artistas têm dúvidas sobre seu futuro.
"Se o coronavírus continuar assim durante todo o verão, realmente parecerá que minha vida na música foi dizimada", disse Theo Bard, compositor que esperava promover um álbum que seria lançado no verão do hemisfério norte.
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