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O streaming é mais importante para as vendas de música do que você pensa

Streaming correspondeu a 80% das vendas de música nos EUA - Pexels
Streaming correspondeu a 80% das vendas de música nos EUA Imagem: Pexels

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

28/02/2020 04h00

Ao contrário do que se pensa, as vendas de música continuam a todo vapor, e o grande "culpado" é o streaming. De acordo com um relatório divulgado ontem pela RIAA (Recording Industry Association of America, a associação das gravadoras dos EUA), as vendas de música continuaram a crescer em 2019, e o streaming foi responsável por impressionantes 80% do faturamento total da indústria nos Estados Unidos.

O faturamento das vendas de música cresceu 13% em relação a 2018, chegando a US$ 11,1 bilhões. Os serviços por assinatura, como Spotify, representaram o grosso do faturamento do streaming, correspondendo a US$ 6,8 bilhões —ou 61% do total das vendas de música nos Estados Unidos.

Ainda segundo o relatório, houve um salto no número de assinaturas dessas plataformas, que foram de 46,9 milhões em 2018 para 60,4 milhões em 2019.

E essas informações já encontram correspondência entre as divulgadas pelas gravadoras: de acordo com a Warner Music, o Spotify e o Apple Music, sozinhos, representaram 27% do faturamento do grupo em 2019.

Vendas físicas diminuem

Ao mesmo tempo, tanto os downloads de músicas quanto as vendas físicas apresentaram queda. Os downloads de músicas e álbuns caíram 18% em 2019, faturando "apenas" US$ 856 milhões. É a primeira vez que os downloads têm faturamento inferior a US$ 1 bilhão desde 2006.

Já as vendas de formatos físicos foram puxadas para baixo por conta da queda nas vendas dos CDs —que ainda não é compensada pela força do vinil, que cresceu em vendas pelo 14º ano seguido, chegando a US$ 500 milhões.

Michael Glazer, CEO da RIAA, atribuiu o boom das vendas ao bom momento do mercado musical. "Na última década, as gravadoras trilharam caminho para a vitalidade e para o sucesso ao fazer parcerias com artistas e licenciar tanto distribuidores estabelecidos quanto novas start-ups para aumentar a competição e as escolhas", escreveu.

Glazer ainda afirmou que a música "é o maior atrativo para as plataformas de tecnologia", mas ressaltou que muitas vezes os artistas envolvidos não são adequadamente remunerados. Ela ainda destacou a necessidade de a indústria proteger seus artistas e combater a pirataria.