Pedro Almodóvar incentiva ida ao cinema como 'antídoto' ao isolamento
O cineasta espanhol Pedro Almodóvar afirmou que a ida das pessoas ao cinema funcionaria como um antídoto aos efeitos da reclusão social causada pela pandemia de coronavírus.
As empresas descobriram que as pessoas podem trabalhar em casa e é mais barato. Eu me oporia a essa reclusão forçada com outra coisa, porque não gostaria que essa prisão continuasse no futuro. O antídoto é o cinema
A declaração foi feita hoje no Festival de Veneza, durante uma entrevista coletiva, segundo a revista Variety.
O bloqueio nos obrigou a ficar em casa e acho que já provou muitas coisas para nós: provou até que ponto todos dependemos da ficção
Para ele, as plataformas de streaming não cumprem a função de uma sala de cinema
Almodóvar, que fez o curta-metragem "The Human Voice" após a quarentena na Espanha, defendeu o contato com o ambiente escuro do cinema.
Filmes são feitos para serem vistos por qualquer meio, mas como diretor e espectador, o fato de um filme meu ser exibido em um cinema, de eu poder ouvir a respiração dos espectadores, dá a sensação de quanto ele pode entusiasmar as pessoas
O cineasta ainda convocou outros cinéfilos a incentivarem as pessoas a assistirem aos filmes dentro do cinema.
Você tem que dizer às pessoas para irem aos cinemas e teatros, porque algumas coisas só serão descobertas no escuro por pessoas que não conhecemos"
Almodóvar em Veneza
Com o seu curta feito em tempo recorde, o espanhol estreou a produção no Festival de Veneza.
A adaptação de 30 minutos da peça de Jean Cocteau, é estrelada por Tilda Swinton — ganhadora de um Leão de Ouro honorário na premiação.
O filme também marca a estreia de Almodóvar no idioma inglês.
E, se depender do diretor, vem mais por aí: ele afirmou que escreveu mais dois projetos - um de 45 minutos e outro de 20 minutos.
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