Topo

Cate Blanchett abre Festival de Veneza dizendo que o cinema 'voltará mais forte'

Cate Blanchett  no 77º Festival de Cinema de Veneza; atriz é presidente do juri da competição - Vittorio Zunino Celotto/Getty Images
Cate Blanchett no 77º Festival de Cinema de Veneza; atriz é presidente do juri da competição Imagem: Vittorio Zunino Celotto/Getty Images

Da ANSA, em Roma

02/09/2020 14h17Atualizada em 02/09/2020 14h23

A atriz australiana Cate Blanchett abriu as atividades do 77º Festival de Veneza definindo a realização como um feito quase que divino em meio à pandemia de coronavírus e que o cinema retorna com mais força.

É preciso arriscar, mesmo com o risco de fracassar. Estou convencida que o cinema ressurgirá mais forte do que antes."

Vencedora de dois prêmios no Oscar, Cate fica a frente do colegiado de sete personalidades responsável por entregar os prêmios do festival, incluindo o cobiçado Leão de Ouro.

A atriz definiu sua participação como "um milagre".

Retomada da arte

"Esse festival é um exemplo de resiliência, de capacidade, de vontade de reabrir, mesmo que, obviamente, de maneira segura. Estou aqui hoje para prestar solidariedade aos cineastas, a quem quero aplaudir longamente", completou a atriz no seu discurso.

Ela passou os últimos meses em isolamento e, segundo suas próprias palavras, conversou apenas com suas galinhas e seus porcos.

A australiana afirmou que o Festival de Veneza será "especial".

Tanto que meu marido, apesar de eventuais perigos, me disse: 'Claro que você deve ir', ainda que meus filhos pensassem de forma diferente."

Abertura

Redimensionada e com menos luxo e aglomerações, a 77ª edição do Festival de Veneza começa hoje, com a exibição do filme "Laços", adaptação de um romance homônimo de Domenico Starnone e dirigido por Daniele Luchetti.

A cerimônia também reunirá os diretores de outros sete grandes festivais da Europa, incluindo Berlim e Cannes, para prestar solidariedade à indústria do cinema, que sofreu com paralisações devido ao coronavírus.

"Se houve algo positivo no isolamento, é que nos permitiu falar bastante com alguns festivais, compartilhando informações e projetos", declarou o diretor da Mostra de Veneza, Alberto Barbera.

Já o diretor do Festival de Cannes, Frémaux ressaltou que é "belo" estar em Veneza, em uma rara reunião de diretores de grandes mostras.

Os festivais demonstram a importância e o valor do cinema durante crises. É algo belo e corajoso se um festival acontece em um momento de dificuldade."

Leão de Ouro

Ao todo, 18 filmes competirão pelo Leão de Ouro, sendo quatro italianos: "Le Sorelle Macaluso", de Emma Dante; "Miss Marx", de Susanna Nicchiarelli; "Padrenostro", de Claudio Noce; e "Notturno", de Gianfranco Rosi.

Criticada em outras ocasiões pela falta de paridade de gênero, a Bienal de Veneza selecionou 18 produções dirigidas por 11 homens e oito mulheres -- uma delas tem dois cineastas.

O único filme brasileiro no festival é o documentário "Narciso em férias", sobre a prisão de Caetano Veloso na ditadura militar e que será exibido em uma seção paralela ao concurso principal.