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Rudy Giuliani chama polícia após Sacha Baron Cohen invadir entrevista

Rudy Giuliani e Sacha Baron Cohen - Reprodução/IMDb
Rudy Giuliani e Sacha Baron Cohen Imagem: Reprodução/IMDb

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/07/2020 18h11

O ex-prefeito de Nova York e atual advogado pessoal do presidente Donald Trump, Rudolph Giuliani, chamou a polícia após ter uma entrevista "invadida" por ninguém menos que Sacha Baron Cohen.

De acordo com o site "Page Six", Giuliani compareceu a uma entrevista no Mark Hotel, em Manhattan, e não desconfiou de nada pois encontrou um ambiente profissional. Ele acreditava ter sido chamado para falar sobre a resposta do governo americano contra a pandemia do novo coronavírus, mas foi surpreendido pela aparição do ator.

"Esse cara entra correndo, vestindo uma roupa doida, que eu diria ser uma roupa de transgênero rosa", disse o político para o site. "Era um biquíni rosa, com renda, debaixo de uma blusa de malha translúcida, parecia absurdo. Ele tinha barba, pernas peludas, e não era o que eu chamaria de aparência atraente", prosseguiu.

Guiliani não percebeu que se tratava de Baron Cohen, e achou que se tratava de uma armação. Por isso, chamou as autoridades.

Assim que os policiais chegaram para averiguar a situação, o humorista já tinha saído do hotel, correndo pelas ruas da Upper East Side usando apenas um roupão de banho.

Assim que foi informado que se tratava de Sacha Baron Cohen, Giuliani confessou ser fã de seus filmes, em especial "Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América" (2008).

No começo do mês, o ator fantasiou-se de cantor country e causou em um comício de extrema direita em Olympia, nos Estados Unidos. Famoso por suas sátiras e por usar esse tipo de recurso em produções como "Who is America?", ele cantou sobre injetar em Barack Obama o "vírus de Wuhan", uma alusão ao coronavírus.

A tática de Baron Cohen é antiga. O objetivo é causar desconforto e ver até onde vão os preconceitos de seus entrevistados — que muitas vezes concordam com suas declarações forçadas.

No caso deste comício, ele surgiu como um cantor country racista, trajando barba postiça, óculos e chapéu de cowboy.

"Obama, o que temos de fazer? Injetar nele a 'gripe de wuhan'", canta Sacha, em uma referência ao modo como o presidente dos EUA, Donald Trump, se refere ao coronavírus. De forma racista, Trump também chama o vírus de "vírus chinês" e de "kung flu" —"flu" significa gripe, em inglês.

Sacha consegue fazer as pessoas rirem e cantarem com eles na performance, que ainda cita Hillary Clinton, ex-senadora e oponente de Trump ans eleições de 2016, e o epidemiologista Anthony Fauci, considerado o mais importante especialista em doenças infecciosas dos EUA e um dos principais integrantes da força-tarefa criada pela Casa Branca para responder à pandemia.

Depois, Sacha retornou em outra caracterização para fazer entrevistas com os organizadores do comício. No fim, acabou sendo descoberto por alguns participantes, que o criticaram nas redes sociais.

De acordo com o site Consequence of Sound, participantes disseram que o humorista levou seguranças ao palco, que impediram que ele fosse retirado de lá. Sacha deixou o comício em uma ambulância privada que estava próxima do local.

Ainda não se sabe para qual projeto Sacha estava filmando desta vez — é possível que ele retorne com uma nova temporada de "Who Is America".

O comício "invadido" pelo ator foi do grupo Washington Three Percenters, acusado de incluir supremacistas brancos.