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Baron Cohen se infiltra em comício de extrema direita como cantor racista

Sasha Baron Cohen se caracterizou como um cantor racista - Reprodução/YouTube
Sasha Baron Cohen se caracterizou como um cantor racista Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

28/06/2020 14h32

O ator Sacha Baron Cohen, conhecido pelo filme "Borat", fantasiou-se de cantor country e causou em um comício de extrema direita em Olympia, nos Estados Unidos. Famoso por suas sátiras e por usar esse tipo de recurso em produções como "Who is America?", ele cantou sobre injetar em Barack Obama o "vírus de Wuhan", uma alusão ao coronavírus.

A tática de Baron Cohen é antiga. O objetivo é causar desconforto e ver até onde vão os preconceitos de seus entrevistados —que muitas vezes concordam com suas declarações forçadas.

No caso deste comício, ele surgiu como um cantor country racista, trajando barba postiça, óculos e chapéu de cowboy.

"Obama, o que temos de fazer? Injetar nele a 'gripe de wuhan'", canta Sacha, em uma referência ao modo como o presidente dos EUA, Donald Trump, se refere ao coronavírus. De forma racista, Trump também chama o vírus de "vírus chinês" e de "kung flu" —"flu" significa gripe, em inglês.

Sacha consegue fazer as pessoas rirem e cantarem com eles na performance, que ainda cita Hillary Clinton, ex-senadora e oponente de Trump ans eleições de 2016, e o epidemiologista Anthony Fauci, considerado o mais importante especialista em doenças infecciosas dos EUA e um dos principais integrantes da força-tarefa criada pela Casa Branca para responder à pandemia.

Depois, Sacha retornou em outra caracterização para fazer entrevistas com os organizadores do comício. No fim, acabou sendo descoberto por alguns participantes, que o criticaram nas redes sociais.

De acordo com o site Consequence of Sound, participantes disseram que o humorista levou seguranças ao palco, que impediram que ele fosse retirado de lá. Sacha deixou o comício em uma ambulância privada que estava próxima do local.

Ainda não se sabe para qual projeto Sacha estava filmando desta vez —é possível que ele retorne com uma nova temporada de "Who Is America".

O comício "invadido" pelo ator foi do grupo Washington Three Percenters, acusado de incluir supremacistas brancos.