'E o Vento Levou' vai voltar à HBO Max com introdução de professora negra
A HBO Max revelou detalhes do seu plano para recolocar "...E o Vento Levou" na plataforma após sua retirada na semana passada, em meio a protestos antirracistas pelo mundo, que levaram a uma nova contestação do teor preconceituoso do filme.
Apesar da polêmica em torno da retirada do longa, desde o início da HBO Max deixou claro que a decisão era temporária, e o filme retornaria ao serviço sem cortes, mas com uma introdução provendo contexto histórico e abordando os aspectos racistas do filme, um dos mais bem-sucedidos da história do cinema.
Esta introdução, segundo a CNN, virá da professora Jacqueline Stewart, que atua na faculdade de cinema da Universidade de Chicago, nos EUA. Em um ensaio para o veículo, Stewart explicou o seu objetivo com a intervenção.
"Para mim, esta é uma oportunidade de pensar sobre o que os filmes clássicos podem nos ensinar. Neste momento, as pessoas estão se voltando para os filmes a fim de encontrar uma reeducação racial, e os livros mais vendidos na Amazon são sobre antirracismo e desigualdade. Se as pessoas realmente fizerem a sua lição de casa, podemos ter nossa conversa mais produtiva sobre vidas negras dentro e fora da tela até hoje", escreveu.
Planejamento 'cuidadoso'
Enquanto isso, a chefe de conteúdo da HBO Max, Sandra Dewey, falou sobre "... E o Vento Levou" durante painel virtual do Festival Mundial de Mídia de Banff. Segundo a Variety, ela reafirmou que a plataforma não está propondo um apagamento definitivo de conteúdos problemáticos.
"Estamos sendo lentos e cuidadosos, e acho que esta é a resposta certa. O filme vai ser reapresentado, mas com contexto. Ninguém quer perder estes conteúdos — e há muitos deles — que podem ser descritos, corretamente, como racialmente insensíveis. No entanto, sentimos que precisamos de uma nova moldura para eles no discurso dos dias de hoje", refletiu.
"Nós, como empresa, sentimos um senso de responsabilidade grande neste sentido. Precisamos abordar [o racismo] de frente, e tentar entendê-lo mais profundamente e melhor, para termos certeza de que estamos contando as histórias que precisamos. Este é o trabalho que somos chamados a fazer [neste movimento]", disse ainda.
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