Ator pornô é preso após fotógrafo morrer em ritual com veneno de sapo
Do UOL, em São Paulo
04/06/2020 08h28Atualizada em 04/06/2020 13h00
O ator de filmes pornográficos Ignacio Jordá González, mais conhecido como Nacho Vidal, foi preso na Espanha, na investigação da morte de um fotógrafo. Nacho e José Luis Abad teriam participado de um ritual místico em Enguera, em julho de 2019, que consistia em inalar vapores de veneno de sapo, segundo o jornal El Pais.
Nacho, de 46 anos, foi preso na semana passada e negou as acusações: "É tudo mentira", disse ele, de acordo com a rede ABC.
Abad morreu na casa do ator pornô depois de ingerir a substância alucinógena. Ela é usada, supostamente, para fins recreativos e para ajudar no combate a vícios.
Nacho foi detido junto a outras duas pessoas: sua prima e um assistente. Eles são investigados por homicídio culposo e na sexta-feira lhes foi concedida a liberdade provisória para responder ao processo.
Em comunicado à ABC, Nacho afirmou que vê como normal ser investigado "pela morte de uma pessoa em minha casa".
"Mas que isso se torne uma notícia rasteira, usando fotos da Guarda Civil e com mentiras, não. Não vou deixar que isso se transforme em um circo. Há uma família sofrendo por trás disso", afirmou o ator.
Substância alucinógena
Advogado do ator pornô, Daniel Salvador afirmou que a "lamentável morte foi acidental". Ele negou que Nacho tenha sido anfitrião de um ritual xamã com um sapo Bufo alvarius.
O anfíbio também é conhecido como sapo do Deserto de Sonora, encontrado no México e Estados Unidos. Sua toxina contém 5-MeO-DMT, um forte psicodélico, conhecido por seu uso em diversos tipos de rituais.
"Cremos integralmente em sua inocência, mas é normal que seja investigado. Agora ele está bem, não teve seu passaporte detido e não precisará se apresentar novamente antes de ser julgado.
Segundo o advogado, José já havia experimentado a substância alucinógena e "queria voltar a fazê-lo em um ambiente em que se sentisse cômodo".
Investigação
A investigação começou após José morrer no que parecia ser um infarto.
A Guarda Civil espanhola informou que "com o término de uma investigação de 11 meses, pode-se constatar a existência de um delito de homicídio por imprudência e um delito contra a saúde pública, supostamente cometidos por quem organizou e dirigiu o ritual".
Este ritual teria sido filmado com o celular do fotógrafo, o que virou uma das provas principais do caso.