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Ex-membros do Joy Division desmistificam imagem de depressivo de Ian Curtis

Ian Curtis, do Joy Division - Rob Verhorst/Redferns
Ian Curtis, do Joy Division Imagem: Rob Verhorst/Redferns

Do Uol, em São Paulo

18/05/2020 21h54

A morte de Ian Curtis, da Joy Division, completa 40 anos hoje. Os ex-colegas de banda Peter Hook e Stephen Morris, agora falam de suas lembranças dos shows e a imagem que o músico deixou em suas mentes, em entrevista para o jornal britânico The Independent.

Curtis se enforcou em sua cozinha, aos 23 anos, na véspera do grupo iniciar uma turnê pelos Estados Unidos, antes mesmo de a banda chegar ao ápice do sucesso. Apesar disso, Joy Division se tornou uma grande referência para números artistas que surgiram posteriormente.

O baixista Peter Hook, um dos criadores do New Order, deu sua visão sobre o momento que a banda viva, em 18 de maio de 1980.

"As pessoas presumir que quando ele morreu era como o Nirvana, mas não era. O último show que tocamos, em Birmingham, tocamos para cerca de 150 pessoas. Portanto, não tivemos sucesso. Ian sempre disse que seríamos enormes em todo o mundo. Ele sempre dizia: 'Não se preocupe, seremos grandes no Brasil. Vamos ser grandes aqui, vamos ser grandes lá '. Sempre foi ele quem era o líder de torcida, que nos pegava pela nuca e nos convenceu a continuar. Ele tinha a paixão e o entusiasmo toda vez que caíamos, ele era incrível nisso", disse Hook.

A morte de Curtis veio quando ele enfrentava um quadro de depressão e piora das crises de epilepsia. O baterista Stephen Morris, no entanto, não guarda a imagem do vocalista como uma pessoa triste.

"A única coisa que realmente me chateia sobre a percepção geral da Joy Division e Ian, em particular, é que ele sempre aparece como um indivíduo triste e deprimido, um artista torturado, onde ele era tudo menos isso. Nós nos juntamos a uma banda para nos divertir e era isso que estávamos fazendo. Ele estava sempre rindo, contava piadas terríveis. Você se lembra do [Freddie] Parrot-Face Davies? Comediante dos anos setenta, piadas horríveis. Eu sempre me lembro dele sorrindo e, quando você vê fotos dele agora, há muito poucas dele sorrindo", declarou Morris.

Ele ainda acrescentou: "Ele gostava muito de piadas práticas. Colocar geleia nas maçanetas das portas do carro, coisas realmente pueris e infantis".