Gilberto Gil sobre pandemia: 'Deixaremos para trás muito do que temos sido'
Isolado com a família há sete semanas em Araras, no Rio de Janeiro, Gilberto Gil contou, em entrevista ao O Globo, que tem se interessado em acompanhar os noticiários sobre a pandemia do novo coronavírus, além de buscar proteção pessoal e para a sua família.
Quanto à rotina, o compositor, de 77 anos, contou o passo a passo da vida que tem levado na serra.
"Acompanho os noticiários na TV, atualizo a correspondência no e-mail e no WhatsApp, faço alguma ginástica, tomo um pouco de sol, quando ele aparece, leio livros, toco violão, gravo músicas e entrevistas "live" atendendo às solicitações que vão aparecendo, faço as três refeições, tomo meus remédios e durmo, de sete a oito horas por noite. Adoro os papos com a família sobre tudo que nos aflige ou nos conforta", disse Gil.
Em meio à pandemia, Gil, que sempre refletiu em suas músicas sobre os mistérios da vida e sobre a morte, se disse curioso diante do momento atual.
"A princípio, muito comovido. Em seguida, muito interessado em acompanhar a marcha devastadora da pandemia e em buscar a proteção pessoal e da família. Agora que a ciência e a medicina intensificam sua corrida atrás do vírus, eu vou tentando acompanhar, com a maior atenção, as buscas pelas vacinas e pelos remédios, a adaptação das atividades produtivas às novas exigências, as transformações nas formas de convívio e as novas disposições do amor e do afeto. É muita coisa. Em meio a tudo isso, é claro, um pouco de medo e pesar. Temeroso, um pouco, com a intensificação e sofisticação das ferramentas de vigilância e controle que podem estimular um certo fascismo sistêmico que ronda boa parte do mundo", considerou o cantor.
E, quando questionado se o mundo estaria mais perto de um recomeço ou um fim, refletiu: "Se vamos recomeçar, deixaremos para trás muito do que temos sido até aqui. Ao assumirmos um novo mundo, estaremos nos encaminhando, de novo, para um novo fim. E assim por diante de si mesmo".
Gilberto Gil estava na Dinamarca quando a pandemia começou, em março. O show de encerramento da turnê do disco "Ok ok ok" foi cancelado e, então, ele voltou para o Rio de Janeiro para se isolar com Flora, sua companheira há quase 40 anos. Além disso, o compositor também tem recebido os filhos, dividindo a família em grupos.
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