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Faustão faz homenagem a Moraes Moreira no "Domingão"

Moraes Moreira será homenageado no Fantástico (Reprodução: TV Globo) - Reprodução / Internet
Moraes Moreira será homenageado no Fantástico (Reprodução: TV Globo) Imagem: Reprodução / Internet

Do UOL, em São Paulo

19/04/2020 19h29

O apresentador Fausto Silva fez homenagem ao cantor e compositor Moraes Moreira, morto nesta semana, aos 72 anos, após infarto agudo do miocárdio em casa, no bairro da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro, onde vivia.

"E em tempos de tantas notícias ruins, esta semana, o Brasil perdeu dois homens extraordinários: um para a literatura, o Rubem Fonseca, contista e escritor de tanta importância. E na música, nós perdemos esse homem de Ituaçu (BA), de 72 anos. Antônio Carlos Moraes Pires, o,Moraes Moreira. São 52 anos de carreira, 44 discos, foi o primeiro cantor de trio elétrico", disse Fausto.

"Aqui, no Domingão, é muita tristeza, porque ele veio [ao programa] mais de 10 vezes. E, a cada vez, trazia o seu sorriso, a sua simpatia, muito equilíbrio e uma criatividade extraordinária", completou o apresentador, definindo Moraes Moreira como o "maior e mais completo cantor da música brasileira".

Ao lado de Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão, Pepeu Gomes e Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil), Moreira formou os Novos Baianos em 1968, que estreou em Salvador com o show "Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio".

A estreia do grupo em disco aconteceu em 1970, com o álbum "É Ferro na Boneca", que apresentou uma nova estética musical brasileira, a do pós-tropicalismo, que empregava elementos de nossos ritmos, como o samba e a bossa nova, e os misturava fortemente com os das contraculturas americana e inglesa, incluindo o psicodelismo e o uso de guitarras elétricas.

Nos Novos Baianos, compondo principalmente com Luiz Galvão, Moraes Moreira revolucionou a música brasileira, ganhando respeito de seus pares, ao mostrar que não havia limites para misturas. Rodas de samba poderiam conviver com o rock. O frevo e a chamada MPB não eram incompatíveis. Baião e choro passariam a ser ritmos irmãos.

Na base do sincretismo sonoro, o grupo ficou na ativa, originalmente, entre 1969 e 1975, quando lançou discos históricos como "Acabou Chorare", eleito pela revista "Rolling Stone" em 2007 o melhor álbum brasileiro de todos os tempos, "Novos Baianos F.C." e "Vamos pro Mundo", que deram forma musical ao espírito coletivista dos integrantes. Na época, eles chegaram a morar juntos em um sítio em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.