Papa, protestos e masturbação: os 30 anos da 'Blond Ambition' de Madonna

Há 30 anos, neste mesmo dia 13 de abril, Madonna dava início a sua turnê mais impactante e polêmica: a "Blond Ambition Tour". Lotando arenas e estádios nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, a cantora se consolidou como uma força absoluta da música pop e causou controvérsia com cada detalhe de suas apresentações. Se você não viveu o auge da Rainha do Pop, o UOL te mostra tudo de mais marcante na turnê que fez história.

Divisão em atos

Uma das inovações imediatas do show da "Blond Ambition" era a divisão da apresentação em cinco atos diferentes, como uma peça de teatro. Madonna se inspirava no filme alemão "Metrópolis" (Fritz Lang, 1927) na abertura, depois mergulhava em um bloco religioso, em outro inspirado no longa "Dick Tracy" (Warren Beatty, 1990), uma Art Deco e por fim, o bis. Até hoje, diversos artistas apostam em dividir seus shows em blocos distintos.

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Moda emblemática

Todo o figurino do show foi elaborado por Jean Paul Gaultier, que criou looks que atravessaram gerações, como o sutiã em formato de cone, o traje mais emblemático da turnê. Madonna ainda era tão poderosa que pediu aos donos da MAC, empresa de maquiagem, que criassem um batom vermelho para ficar intacto durante todo o show, mesmo com suor. Assim nasceu o "Russian Red", que a cantora usou em todas as apresentações.

Representatividade

Madonna fez questão de contratar os dançarinos latinos, negros e asiáticos que popularizaram o "voguing" para a turnê. Eles não tinham receio de se expressar de maneira afeminada e até usavam rabos de sereia na performance de "Cherish". Madonna celebrava o movimento gay no palco, fazendo discursos sobre o uso de preservativos e a prática de sexo seguro pela prevenção contra o HIV.

Masturbação no palco

Em um dos momentos mais polêmicos do show, Madonna simulava masturbação em cima de uma cama no palco ao som de seu clássico "Like a Virgin". O ato despertou a ira da Igreja Católica e de outros grupos conservadores.

Papa revoltado

Falando em igreja, o próprio Papa João Paulo 2º condenou a existência do show, declarando que se tratava de "uma das apresentações mais satânicas da história". Vale lembrar que, em um dos atos da perfomance, Madonna se vestia como um padre, usando uma cruz no pescoço enquanto cantava sobre aborto em "Papa Don't Preach".

Protestos

Durante a passagem da turnê por Toronto, no Canadá, a polícia ameaçou prender Madonna se ela realizasse a masturbação no palco. Em Roma, após os protestos do Papa e uma greve de trabalhadores, um dos três shows na cidade precisou ser cancelado pela baixa venda de ingressos. Por onde passava, Madonna causava polêmica.

Diva desbocada

Os shows de Londres foram exibidos na BBC. O canal de TV pediu para que Madonna maneirasse nos palavrões após a exibição do primeiro show. Foi assim que Madonna respondeu:

F*der não é uma palavra ruim. F*der é vida. Sim, eu estou dizendo f*der mesmo. F*der, f*der, f*der.

Influência e legado

A "Blond Ambition" foi um marco na carreira de Madonna e serviu de inspiração para uma série de artistas que vieram depois. U2, Pet Shop Boys e Kylie Minogue fizeram turnês com divisão de atos. Michael Jackson, Janet Jackson, Britney Spears e outras estrelas apostaram no microfone headset, popularizado por Madonna. Os shows nunca mais foram os mesmos e Madonna foi a grande responsável.

Vida longa à Rainha!