Teoria da conspiração: Joe Exotic, de 'Tiger King', é mesmo cantor country?
A esta altura, você já deve ter assistido ao documentário "A Máfia dos Tigres" (ou "Tiger King" em inglês), que está na Netflix. Se não viu, ao menos já ouviu falar ou se deparou com a figura excêntrica de Joe Exotic. Este aqui:
O documentário em forma de série (são 7 episódios de uma insana história real) alimenta várias teorias da conspiração, desde o marido desaparecido da ativista Carole Baskin até quem mandou queimar o estúdio onde estavam todas as gravações de Joe Exotic que virariam um reality show. É coisa de dar nó no cérebro.
Uma outra teoria que ficou no ar envolve a voz de Joe Exotic. Além de apreciador de animais selvagens, ele também foi um aspirante a cantor country. Em seu canal no YouTube, com 262 mil inscritos, ele publica seus peculiares videoclipes e uma diversidade de outros conteúdos. Um de seus grandes hits é "Here Kitty Kitty", com mais de 5 milhões de views, em que ele acusa Carole (usando uma sósia em cena) de assassinar o marido e dar para seus felinos o comerem. Tenso.
Seu outro sucesso é a balada "I Saw a Tiger", em que ele canta e toca violão em cima de uma caminhonete, sob um lúdico céu tempestuoso, além de ostentar armas e, claro, belíssimos tigres.
Convenhamos, a voz dele não é tão ruim assim. A questão é: essa é a voz de Joe Exotic? Pois aqui começa uma história não abordada no documentário da Netflix, mas que é tão pitoresca quanto seus outros desdobramentos: Joe Exotic é, na verdade, uma espécie de Milli Vanilli da música country. Quem não se lembra da dupla impostora que enganou a indústria pop na década de 1990 (se você não sabe da história, vale dar um Google), aqui vai:
Mas a nossa história é com Joe Exotic. E a revista "Vanity Fair", em uma verdadeira reportagem de investigação, desvendou o mistério: os responsáveis pelas músicas do tigrão country são Vince Johnson e o vocalista Danny Clinton. Juntos, eles tinham a The Clinton Johnson Band. Tinham porque Danny morreu no fim de 2019 após um problema cardíaco, segundo contou Vince ao site TMZ. Eles são estes aqui:
Para a "Vanity Fair", Vince contou que ligou para Joe e pediu que lhe fossem dados os devidos créditos. Ele prometeu, mas nunca aconteceu. No documentário da Netflix, a dupla aparece discretamente entre os nomes que concederam para a produção arquivos pessoais de fotos e vídeo.
Rick Kirkham, o produtor que se mudou para o zoológico de Joe Exotic a fim de transformar o dia a dia em um reality show, contou que ouviu Joe cantando, e que foi uma experiência desagradável. "Joe estava um pouco bêbado e nós os convencemos a cantar parte de uma das músicas. Ele não conseguiu nem segurar o tom. Foi tão ridículo. Foi uma grande piada interna na equipe, mas ele insistia de que era ele quem cantava".
Romeo Dupuy, um dos produtores que trabalhou nos vídeos, ficou chocado com o que viu. "Sou músico e fiquei impressionado com a pura falsidade de sua apresentação", ele disse para a "Vanity Fair". "Joe não sabia nem tocar violão. A gente tinha que posicioná-lo certo. Quando o filmamos tocando essas músicas, ele ficava atrás do mato para esconder as mãos." Ele está falando desta impagável cena do clipe de "I Saw a Tiger":
Mesmo após anos sendo omitido, Vince Johnson não parece guardar mágoas de Joe Exotic. "Apesar de tudo, ele era agradável. Ele é um impostor decadente, mas tem personalidade." Os fãs, por outro lado, se sentiram traídos. Há quem tenha se chocado, há quem tenha ficado na defensiva. "O maior crime de Joe Exotic foi pensar que realmente acreditávamos que era ele cantando essas músicas", disse uma pessoa no Twitter.
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