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Não é só live! Força na internet ajuda artistas a driblar a falta de shows

Pedro Sampaio, Pocah, MC Cabelinho e Orochi - Reprodução/Instagram
Pedro Sampaio, Pocah, MC Cabelinho e Orochi Imagem: Reprodução/Instagram

Renata Nogueira

Do UOL, em São Paulo

30/03/2020 04h00

Olá, quarentener! Você já viu uma live hoje? Muitos artistas estão aproveitando a glória da internet para levar seus shows para dentro da casa do público enquanto todo mundo precisa ficar quietinho e longe da rua. Mas há vida além do Instagram e tem bastante gente investindo também em outras formas de entreter os fãs e continuar promovendo seu trabalho.

O UOL conversou com artistas da música que já têm milhões de seguidores na internet e estão usando isso a seu favor. O ócio criativo está ajudando a manter essa galera em casa enquanto o encontro cara a cara nos shows ainda segue sem previsão.

Pocah

O maior entretenimento da quarentena é a internet

Você já segue a Pocah no Twitter? Então não perca tempo! Bastante ativa na rede dos 280 caracteres, a funkeira faz comentários geniais sobre tudo o que está rolando e sempre responde os mais de 1 milhão de seguidores.

Com o "BBB" rolando, que ela também está viciadíssima, é um pecado não acompanhá-la por lá. "O 'Big Brother' é tudo nessa quarentena. Distrai bem a mente", comemora a cantora, que aproveita também para mostrar um pouco do seu dia a dia de "quarentener" no Twitter.

Já no Instagram, onde tem 11 milhões de seguidores que a acompanham, Pocah aproveita para fazer lives de exercícios com o seu personal trainer com dicas para um treino simples em casa. Ela também está se programando para levar ainda mais conteúdo nesse formato para os fãs. "Eu mesma assisto 50 mil lives por dia e estou adorando isso."

A mente da voz de "Não Sou Obrigada" e "Pode Chorar" segue a mil e ela está trabalhando para voltar com ainda mais hits para rebolar a raba. "Já tenho muita coisa pronta, só estou decidindo quando lançar. Eu sou dessas que quer uma festa quando acabar a quarentena. Nem um guindaste me tira da balada, vou ser a última a sair."

Pedro Sampaio

Estou ativo e criativo, querendo fazer coisas diferentes

Pedro Sampaio estourou no Carnaval e segue em alta com dois hits no top 10 do Spotify: "Sentadão" e "Balança". Mas a composição dele que está mesmo bombando nesse momento não está no streaming: o remix de "Lavar as Mãos", a musiquinha chiclete do "Castelo Rá-Tim-Bum" que ensina um dos princípios básicos para evitar o coronavírus, viralizou e inspirou muita gente a dançar e ensinar ao mesmo tempo.

"Postei o vídeo no Instagram, mas não esperava essa repercussão. Depois que eu vi a proporção que tomou, as pessoas fazendo vídeo dançando, me emocionou. Porque a galera estava conscientizando as pessoas e ainda se divertindo", disse o compositor.

Para agradecer o público, Pedro criou uma versão estendida de 1 minuto e 20 segundos e montou um clipe com os vídeos dos fãs no YouTube. "Aconteceu organicamente, natural, partiu mais deles do que de mim."

O DJ carioca conta que, para criar, tudo o que ele precisa está no seu computador. "Estou encarando esse período de quarentena da forma mais leve possível. Isso me deu uma coisa que eu não tinha antes, que é o tempo. E me lembrou muito o início da minha carreira, que eu tinha muito tempo para criar e fazia muito conteúdo para a internet."

MC Cabelinho

Os artistas estão bem mais fortes e unidos nesse momento

MC Cabelinho e o Farula de "Amor de Mãe" são a mesma pessoa. Enquanto seu personagem dava os primeiros passos para virar MC na novela, Cabelinho já tinha uma carreira de oito anos na música. Na véspera de a OMS declarar o surto de coronavírus como pandemia mundial, ele estava gravando o clipe da romântica "Química", que agora será companhia para os órfãos do som dele —e da novela, sem previsão para voltar.

"Já estava todo mundo começando a se isolar e eu lá, gravando o clipe. Até me senti um pouco mal por estar na rua. Mas, ao mesmo tempo, queria entregar o que tinha prometido para os meus fãs", explica o artista, que parou não só as gravações, como toda sua agenda de shows.

"Eu sei que isso tudo vai passar, mas o sofrimento alimenta para fazer um som, são sentimentos. E isso tudo me inspira. Estou aproveitando para escrever. Tudo é alimento para a mente de quem compõe."

Apesar de não ter intenção de fazer música específica sobre o coronavírus, o funkeiro segue escrevendo e interagindo com os fãs —ele tem 1,7 milhões de seguidores no Instagram. Já a divulgação da música e do clipe novo teve apoio importante de seus colegas de elenco da novela global.

Orochi

A gente faz o nosso trampo para clarear a mente das pessoas

Enquanto para muitos a ideia de lançar um disco possa soar ousada em um momento em que o mercado do entretenimento está praticamente parado, para o rapper Orochi faz todo o sentido. "Celebridade", seu álbum de estreia, saiu na sexta-feira.

"O lado bom disso tudo é que o conteúdo pode chegar para mais pessoas. Os seguidores são bem fieis e ajudam a gente a divulgar", acredita ele, que soma 2,5 milhões de fãs só no Instagram. "No amor ou no ódio, feliz ou triste, estou criando", afirma.

Orochi vê seu trabalho como uma oportunidade de abrir a cabeça de quem está angustiado com o momento delicado para a saúde e economia. "A gente faz o nosso trampo para clarear a mente de uma outra pessoa que, de repente, está na informalidade, mas tem um talento, às vezes ela nem sabe, e talvez amanhã ou depois possa ser um novo artista."