Petra Costa rebate críticas e cita otimismo: "Nomeação é grande vitória"
A cineasta Petra Costa, diretora do documentário Democracia em Vertigem, que concorre ao Oscar, rebateu as críticas que vem recebendo nos últimos dias pelo suposto teor político da produção.
Em entrevista ao jornal O Globo, Petra, de 36 anos, repercutiu algumas hipóteses. Ao ser questionada se havia "romantizado" o papel dos pais na militância, ela justificou:
"Essa crítica é totalmente infundada e desrespeitosa. Acho até que esbarra no machismo. Falo cinco minutos sobre meus pais, tinha que dar conta de 60 anos de história política do Brasil. Se estivesse fazendo uma série, contemplaria toda a vida deles, pois tenho orgulho de cada passo deles. Não dava para entrar no detalhe de que meus avós os viam uma vez por ano", disse.
Em relação ao tuíte da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), que considerou que Petra tentou "denegrir uma nação", a cineasta se assustou com a posição do governo.
"Achei assustador que eles tenham tomado uma atitude anticonstitucional, que fere o artigo 37, a liberdade de expressão. Anti-Brasil... Quinta-feira, Bolsonaro tentou passar uma lei para legalizar garimpos em terra indígena. Está clara a aceleração do desmatamento na Amazônia e o corte de verbas em agências como a Funai".
Por fim, a diretora de Democracia em Vertigem alfinetou políticos brasileiros ao citar falta de "autocrítica". A resposta surgiu de uma questão do veículo sobre a tese de que os governos do PT não tiveram tanto destaque no documentário.
"Falo sobre a corrupção do PT no filme. Cito o mensalão, a corrupção na Petrobras e como esses esquemas transcendem governos. A cena do Palácio do Planalto, em que falo sobre a questão estrutural, tem o Gilberto Carvalho fazendo uma autocrítica. Convidei todos os personagens a fazerem autocrítica no filme, infelizmente, poucos fizeram. Acho que não é costume de nenhum político brasileiro fazer autocrítica".
"Nomeação é grande vitória"
Ao falar sobre a premiação do cinema, Petra se mostrou confiante e, mesmo se Democracia em Vertigem não vencer, a cineasta já se sente vitoriosa.
"Sinto que já ganhei, essa nomeação é uma grande vitória. Se concorrer com o único filme latino-americano é motivo de tristeza, também é de alegria por representar a América Latina", falou ao O Globo.
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