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Juliette Binoche fala de relação com o Brasil e diz: "Bolsonaro dá medo"

Juliette Binoche - Getty Images
Juliette Binoche Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

22/11/2019 09h27

Resumo da notícia

  • Juliette Binoche vem ao Brasil no fim do mês para evento da distribuidora Imovision
  • Atriz francesa diz "sentir medo" das políticas de Bolsonaro em relação a Amazônia
  • "Ele parece ter visões egoístas e muito radicais, que não estão em sintonia com a situação atual", definiu

Juliette Binoche, que vem ao Brasil na semana que vem para a festa de aniversário da distribuidora cinematográfica Imovison, falou ao jornal O Globo sobre a sua relação com o país. Uma das atrizes mais premiadas de sua geração, a francesa contou que conheceu duas artistas brasileiras na infância.

"Quando eu era pequena, meu pai tinha uma espécie de café-teatro em Paris, e havia duas cantoras brasileiras, que se chamavam Les Étoiles [As estrelas]. Eram travestis, na verdade, e cantavam muito bem, e eu lembro que as olhava com estrelas nos olhos", contou.

Binoche também tem ascendência brasileira — sua mãe, Monique Stalens, vem de família fluminense. "Minha cultura sobre o Brasil é limitada", disse. "Aprendi muito sobre esse país conversando com o meu amigo cineasta, Walter Salles, porque tivemos um projeto juntos, que terminou não saindo".

Binoche x Bolsonaro

A vencedora do Oscar por O Paciente Inglês falou também sobre sua preocupação com as queimadas na Amazônia, e criticou as políticas do presidente Jair Bolsonaro sobre o tema.

"A verdade é que o incêndio na floresta amazônica preocupa todo o planeta. As escolhas políticas do presidente de vocês, Bolsonaro, dão muito medo. Ele parece ter visões egoístas e muito radicais, que não estão em sintonia com a situação atual", definiu.

"Há uma preocupação geral, e a política atual do Brasil sobre a Amazônia dá medo. Mas isso ocorre em todo o mundo. É necessário haver uma mudança de atitude e consciência", continuou.

"Minha impressão é que será preciso ir até o limite da crise para que as pessoas acordem, o que é lamentável, porque poderíamos nos antecipar e reduzir os impactos", concluiu.