"A gente quer o país unido novamente", diz Seu Jorge sobre Irmandade
De um lado a visão de um presidiário que está encarcerado há 20 anos. De outro, a pessoa que trabalha para o sistema judiciário e tem uma perspectiva dura da lei. Em comum, os laços de sangue. Essa é a premissa de Irmandade, série original da Netflix que chegou ontem à plataforma com oito episódios.
Seu Jorge é Edson, o líder de uma facção criminosa que surge em um presídio paulista nos anos 90 e Naruna Costa é Cristina, uma advogada que se depara com o processo de seu irmão e acaba retomando o contato com ele após duas décadas de total afastamento.
Com conflitos pessoais e éticos, enfrentados principalmente por Cristina (a personagem de Naruna Costa que será usada pela polícia para se infiltrar e ajudar a desmantelar a facção), a série deve levantar debates em um contexto social e político já completamente dividido.
"Ele também luta por direito. O direito de viver e existir ali dentro. Ele acredita que com a união de todos os presos será possível vencer essa luta desigual que é viver dentro daquele inferno", explica Seu Jorge sobre seu personagem, que promove uma rebelião, o ponto alto da temporada de Irmandade.
Naruna Costa explica a desconstrução de sua personagem ao longo da temporada. "Ela começa com uma ideia de o que é correto, de direito, de leis, de justiça, e isso vai se quebrando. Tem uma beleza nisso. A experiência e o contato com o irmão, com o afeto do irmão, faz com que ela quebre todos esses paradigmas."
Protagonismo
Irmandade é também a primeira série nacional da Netflix protagonizada por dois negros. "Me sinto muito honrada de poder estar ocupando esse papel com uma personagem que tem uma complexidade, que vai além da figura social que ela pode imprimir. Ela não está grudada em estereótipos de uma visão sobre a negritude no Brasil. Ela tem subjetividade, complexidade, dilemas profundos", avalia Naruna Costa.
Migrando para uma série após vários papéis no cinema, Seu Jorge também comemora a chance de levar uma mensagem que vai além do arco central.
"A representatividade para nós negros no Brasil é gritante, é fundamental. Destruindo toda e qualquer possibilidade de indignação. A gente quer inspirar as pessoas. A gente quer juntar elas de novo. A gente quer fazer esse país unido novamente. O Brasil vai muito além quando o seu povo está unido."
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