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Tribunal venezuelano proíbe exibição de documentário crítico do regime

Manaure Quintero/Reuters
Imagem: Manaure Quintero/Reuters

Da Agência Brasil

11/10/2019 08h28

Um tribunal de Caracas proibiu a exibição, em universidades e espaços públicos venezuelanos, do documentário "O Chavismo, a Peste do Século 21", por "promover e incitar o ódio" contra o regime.

A proibição foi denunciada por estudantes do movimento Viva a Universidade Central da Venezuela (Viva la UCV) depois de, em 2 de outubro, as autoridades venezuelanas iniciarem investigação contra os responsáveis pela Universidade Simón Bolívar, por terem permitido a realização de um fórum sobre o documentário.

Uma cópia da decisão do tribunal, divulgada nas redes sociais, diz que está proibido "promover e difundir o material audiovisual criado pelo cidadão Gustavo Tovar "Chavismo, a Peste do Século 21", tanto nas universidades públicas quanto em qualquer outro espaço público".

Ao divulgar a decisão, o Viva La UCV explica que "só em ditadura se decide o que se projeta e o que não [se projeta] nas universidades".

O documentário faz forte crítica aos governos de Hugo Chávez (1999-2013) e do atual presidente Nicolás Maduro.

Nele, são abordadas denúncias violações dos direitos humanos e responsabilizados esses governos pela crise humanitária que afeta o país.

A proibição foi feita depois de um pedido do Ministério Público (MP) para investigar o documentário pelo delito de "promoção e incitação ao ódio", com base na Lei Contra o Ódio, aprovada em 2017 pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime) que a oposição diz ser ilegal e que pretende usurpar as funções do Parlamento.

A Federação Venezuelana de Estudantes Universitários (afeta ao regime) pediu ao MP que aplique a Lei contra o Ódio ao reitor da Universidade Simón Bolívar, Enrique Planchar, por "instigar a discriminação e o terrorismo".

Gustavo Tovar, diretor do documentário, referiu-se à decisão do tribunal como "uma honra" para todos os que trabalharam nele.

"Que uma tirania que detém, tortura e assassina venezuelanos, se sinta ofendida por um documentário é, sem dúvida, muito honroso para mim, como autor e para a equipa de produtores. Nós só tratamos de alertar sobre o horror do chavismo. Essa sentença apenas mostra a grotesca estupidez que compõe a tirania chavista",afirmou.

Gustavo Tovar-Arroyo nasceu em fevereiro de 1968 e é um ativista dos direitos humanos. Em 2007, promoveu ações contra o encerramento da Rádio Caracas Televisão (RCTV, o mais antigo canal privado de televisão do país) e contra uma proposta de reforma constitucional promovida pelo chavismo, que não teve sucesso.

3 Comentários

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2tiofe8d7yh6

Como é esquerda censurando direita, ai pode, fiquem tranquilos.

Paulo Castro

Kkkkkkkk Sério? Faz um favor BOL, escreve sobre coisas surpreendentes, pq essa ai não surpreendeu ninguém. Ou vc acha que iriam deixar falar mal de todos os homens de bem que passaram por essa nação totalmente democrática? A nação que a esquerda sonha kkkkk

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