Rock, pop e "país de 5º mundo": Como foi o último dia do Rock in Rio 2019
Unindo pop e rock, o festival Rock in Rio chegou ao fim. O último dia teve desde o rock progressivo do King Crimson, os hits nostálgicos de Nickelback até os grupos famosos por unir vários gêneros, como Muse e Imagine Dragons.
Em uma apresentação intensa, Os Paralamas do Sucesso de Herbert Vianna intercalaram canções com frases de tom crítico. O vocalista chegou a dizer que "é uma alegria participar com vocês dessa mostra de que o país está se integrando cada vez mais à linguagem do planeta" e, mais para frente, elogiou a equipe técnica do evento por "montar um espetáculo desse tamanho num país tão quinto mundo quanto o Brasil".
No palco Sunset, além do King Crimson, tocaram O Terno e Capitão Fausto, a banda Melim e Carolina Deslandes e Lulu Santos.
Um dos momentos emocionantes do dia foi protagonizado pelo marido do cantor Lulu Santos. Clebson Teixeira assistia ao show da plateia e não conseguiu segurar as lágrimas enquanto Lulu se apresentava no palco Sunset. O cantor e o modelo haviam oficializado a união estável em março deste ano.
Coração explodindo
Em sua quarta visita ao Brasil, Imagine Dragons agitou o público no palco Mundo. O vocalista Dan Reynolds, além de encantar a plateia, voltou a demonstrar todo seu amor pelo público brasileiro. Entre uma música e outra, ele parava, interagia e não tirava o sorriso do rosto, parecia realmente feliz de estar novamente no país.
"Eu espero que vocês sintam meu coração explodindo de amor por vocês essa noite, eu amo vocês", disse o cantor em uma de suas declarações. Reynolds também demonstrou seu respeito pelos direitos trans e LGBT+ ao levantar e cantar com a bandeira da causa e mandou a mensagem: "Você são livres para serem vocês".
Interações à parte, o Imagine Dragons levantou todo mundo com seus grandes hits, Believer, It's Time, Whatever It Takes, Gold, On top of the World e muitos outros. O coro de Demons, uma das músicas mais famosas da banda, foi outro ponto alto do show.
Ícone do rock progressivo
Com um som que difere do que foi apresentado nos outros dias do festival, King Crimson trouxe sua mistura de jazz, new wave, heavy metal e folk ao Palco Sunset. Um show experimental - que sem dúvida agradou os fãs e também os amantes de música.
Tocando para um público pequeno, o menor do dia no espaço, a banda entregou rock progressivo, experimental e clássicos da quando o punk rock era apenas um brilho nos olhos de Joe Ramone.
Perdendo em quórum, a banda foi compensada por uma plateia atenta e interessada, com pouquíssimos celulares em punho - em SP, eles haviam banido os aparelhos.
Hits radiofônicos
A banda canadense Nickelback voltou ao Rock in Rio após seis anos da sua primeira apresentação no festival, em show marcado pela sintonia do grupo com uma plateia empolgada. O quarteto cantou um repertório de clássicos dos 24 anos de carreira, que fizeram sucesso no rádio e conquistaram o público brasileiro.
"É bom voltar ao Rio, onde nós cantamos em 2013. Estamos muito felizes. Amigos, estamos de volta a casa", disse o vocalista Chad Kroeger, de 44 anos, que se apresentou usando uma camiseta em homenagem à banda Ramones.
Além de sucessos próprios, como "Feed the Machine", "Photograph", "Hero", os canadenses tocaram ainda "Sad But True", da norte-americana Metallica, inaugurando um bloco mais "pesado" do show, emendada com "Animal".
Marido na plateia
Com alto astral e tocando vários de seus hits, o cantor Lulu Santos, de 66 anos, se apresentou pela quarta vez no Rock in Rio. Após oficializar a união com Clebson Teixeira, Lulu viu o marido acompanhar o show da plateia.
Apostando em canções de diferentes épocas, como "Tempos Modernos" (1982) e "Toda Forma de Amor" (1988) e "Aviso aos Navegantes" (1996), Lulu Santos afirmou, diante de um grande público que acompanhava seu show, que "música boa não tem prazo de validade".
Hits e crítica
A banda Paralamas do Sucesso abriu a última noite de shows no palco Mundo, com uma apresentação marcada por tom crítico e protestos contra a violência. No setlist, vários clássicos do grupo carioca, que tem mais de três décadas de sucesso.
Ao longo da apresentação, o vocalista Herbert Vianna intercalou canções com frases de tom crítico, que esteve nas entrelinhas de toda a apresentação.
Além das frases ácidas de Vianna, no segundo bloco de canções, em que juntaram "Calibre", "Selvagem" e "Beco", eram exibidas no fundo do palco imagens de Nelson Mandela, Martin Luther King, Chico Mendes, John Lennon e Marcelo Yuka, além de uma cena de uma criança chorando e a frase "- bala + amor".
Clima de luau
O segundo show do último dia do Rock in Rio foi em clima de luau e mais um encontro entre Brasil e Portugal. Depois de O Terno e Capitão Fausto, foi a vez de Melim e Carolina Deslandes dividirem o palco Sunset, em show embalado por reggae e pop românticos.
Com um público maior do que o da apresentação anterior, os irmãos Gabriela, Rodrigo e Diogo subiram ao palco cantando os sucessos "Peça Felicidade" e "Gelo" e emendaram um repertório que deram à tarde um clima de luau. Logo após o primeiro bloco do show, a Melim convidou ao palco a cantora portuguesa Carolina Deslandes, um dos principais nomes da música pop portuguesa atual.
"A gente esteve em Portugal e foi recebido por uma pessoa muito especial e se tornou nossa amiga", disse Diogo, ao chamar Carolina ao palco. "Eu sei que vocês ainda não me conhecem, mas temos uma vida para nos conhecer. E o Rock in Rio é um ótimo espaço para começar isso", afirmou Gabriela.
Rock indie leve
Ao contrário do sábado, com a agitação do funk e pop, o domingo começou em ritmo mais lento, com o encontro da banda paulista O Terno e os portugueses do Capitão Fausto no palco Sunset.
"Esses meninos nos apresentaram aos portugueses, quando a gente foi para lá, e agora está a acontecendo a mesma coisa [aqui, no Brasil]", disse o vocalista de O Terno, Tim Bernardes, em entrevista ao canal Multishow. "Essa banda é incrível", elogiou.
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