Água vulcânica do Iron e problemas com Drake: como é o camarim do Rock in Rio
Os camarins do palco principal do Rock in Rio, que recebem os maiores astros do festival, ocupam uma área de mais de 300 metros quadrados no Parque Olímpico e contam com cinco tipos de acomodações diferentes. A atração principal da noite fica, é claro, com a maior acomodação e tem à sua disposição dois camarins duplos grandes, cinco menores, um contêiner de chuveiros, banheiros e uma tenda com guarda-roupa.
Também há lavanderia, serviço de camareiros e uma cozinha com chef e equipe prontos para atender qualquer pedido culinário. Para acessar o local, que também oferece um lounge externo com espaço de convivência, sofá e mesa de jantar, é preciso entrar por uma passagem separada dos outros grupos musicais.
Todas as outras bandas do palco Mundo se acomodam em camarins menores, mas com conforto praticamente igual: bar, TV, espaço de massagem e barbearia particular - esses dois últimos são os mimos mais concorridos. Ao longo da tarde e noite, músicos fazem fila para entrar no palco devidamente relaxados e com o visual em dia.
O UOL visitou esse espaço e conversou com a produtora Ingrid Berger, a "chefona dos camarins" do Rock in Rio, que trabalha no festival desde a edição de 2001. Segundo ela, que gerencia toda a estrutura, o trabalho é duro, começa dois meses antes do festival e não tem hora para terminar. Os perrengues são sucessivos.
UOL - Que artista deu mais trabalho este ano?
Ingrid Berger - Tivemos mais problema com o Drake, que trouxe seu próprio chefe, sua própria comida. A gente não pode nem entrar para ver o que acontecia. Ele trouxe tudo do avião dele, não comprou nem salsinha no Brasil. Ele ficou em um hotel e levou a própria comida no hotel também. Sabemos que houve até um tumulto na cozinha, porque tudo precisou passar pela nossa vigilância sanitária.
É verdade que o Iron Maiden pediu água vulcânica para se apresentar no Rock in Rio?
É. Eles pediram a água Fiji, que vem da ilha de Fiji, das pedras dos vulcões. É uma água superclara, límpida e muito comum nos Estados Unidos. Lá, você encontra em qualquer supermercado. Mas não é nada de outro mundo. É uma água pura como a nossa São Lourenço, por exemplo.
Hoje ainda existem aqueles pedidos incomuns, como papel higiênico vermelho de seda e talheres de prata?
Pedidos incomuns mesmo, essas coisas absurdas, não existem mais hoje. O incomum acontecia até uns 15 anos atrás, quando tudo era muito difícil de encontrar no Brasil. Carne seca, aperitivos, kombucha, aquela bebida fermentada, bebida sem glúten. A gente nem sabia o que era isso antigamente, e hoje é possível encontrar todos esses produtos por aqui.
O que eles mais pedem?
O que eles mais querem, e que eu coloco em todos os camarins, são sucos frescos, feitos na hora. E também legumes e frutas. E aquela comidinha básica. Peitinho de frango, saladinha, brócolis. Não tem nada tipo hambúrguer, batata frita, McDonald´s. Essa história acabou. As pessoas estão muito mais saudáveis. E quando mais velha é a banda, mais saudável ela é. Eles precisam ter um corpo melhor e cuidar mais da saúde. Hoje todos bebem menos.
O que temos hoje é o cara que é celíaco. E nós precisamos ter o cuidado de fazer uma comida especial para ele, como foi o caso de integrantes da comitiva do Nickelback. Às vezes tem um cara de uma banda que tem uma alergia, e eles enviam em letras garrafais: TEMOS UMA PESSOA CELÍACA, QUE NÃO COME GLÚTEN. Nesse caso, eles mandam até receitas da comida. É assim que funciona.
Qual foi o maior perrengue que a produção passou este ano?
No dia do Drake, tivemos muitos problemas também por causa da chuva. Tudo é coberto por contêiner e tendas, mas em alguns pontos a água infiltrou. Fiquei com a grama sintética encharcada, móveis molhados, tivemos problemas de curto circuito. Uma pessoa veio com máquina de lavar e secar, e isso acabou cortando o abastecimento central. Todo mundo ficou sem água. Cada dia é um problema diferente.
Dia pop
Pink é a principal atração do palco Mundo neste sábado, o sexto dia de Rock in Rio 2019. O show da cantora norte-americana começa à 0h10.
O palco Mundo terá ainda Anitta, H.E.R. e Black Eyed Peas. No Sunset, o destaque deve ficar por conta da Funk Orquestra com Ludmilla, Fernanda Abreu, Buchecha e Kevinho, que fazem uma homenagem aos 30 anos do funk carioca. O palco secundário também terá shows de Projota, Vitão e Giulia Be, Anavitória e Saulo e Charlie Puth, no dia mais pop do festival.
O Rock in Rio termina amanhã, dia 6, com Muse e Imagine Dragons encerrando a edição de 2019.
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