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Chicão, filho de Cássia Eller, volta ao Rock in Rio e toca Nirvana novamente

Hélio Flanders, do Vanguart, e Chico Chico, filho de Cássia Eller - Carolina Farias/UOL
Hélio Flanders, do Vanguart, e Chico Chico, filho de Cássia Eller Imagem: Carolina Farias/UOL

Carolina Farias

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/10/2019 22h14

Após 18 anos de sua "estreia" no Rock in Rio, Chico Chico, filho de Cássia Eller, voltou ao festival. O músico tinha 8 anos quando subiu ao palco em 2001 e tocou com a mãe e a percussionista LAN LAN o hit do Nirvana Smells Like Teen Spirit. Hoje, quarta noite do festival, ele tocou com a banda Meu Nome Não é Cláudio, no espaço Ford.

O músico, hoje com 26 anos, lembra pouco da ocasião. Chicão, como era chamado pela mãe, é tímido e avesso a entrevistas, mas topou falar um pouquinho daquele festival.

"Bom demais, legal, massa. Era muita gente, impressionante", disse ao UOL.

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A banda que se apresentou ao lado de Chico hoje no festival foi formada para o evento com integrantes do Fresno, NX Zero, Cachorro Grande e Vanguart. No repertório Beatles, Barão Vermelho, Neil Young, Lulu Santos, Belchior e Nirvana. Mas Chico tem seu próprio trabalho quando se apresenta.

"Não toco nada disso."

Quando terminou de cantar Sujeito de Sorte de Belchior -"tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro, ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro"- Chico pediu. "Não vamos morrer de esse ano. É um verso bonito de se cantar."

Segundo ele, se a mãe estivesse por aqui - Cássia morreu naquele mesmo ano do Rock in Rio - ela não estaria satisfeita com a atual conjuntura social e política do Brasil, respondeu o filho.

"Não acharia nada bom. Não sei o que diria, mas não ia gostar", disse, aproveitando para cutucar o festival.

"Inclusive isso aqui tinha que ser mais aberto. Tem o Espaço Favela que é maneiro, abre espaço para pessoas que precisam de voz, mas ao mesmo tempo é super-marqueteiro né. Não é julgamento moral, a parada é que as coisas tinham que ser para todo mundo, o buraco é mais embaixo, não é pagar R$ 300 no ingresso. Enfim, estou fazendo meu trabalho aqui, ganhando cachê e trabalhando, mas como festival tinha que ser para geral."

Se tem vontade de tocar no palco Mundo um dia, Chico diz que sim, mas não trabalha com esse foco.

"Trabalho para mim, faço minhas canções. Trabalho com meu parceiro João Mantuano, formamos uma dupla."

Chico também não toca as músicas que ficaram imortais na voz da mãe.

"Não [toco] porque eu toco as minhas músicas."