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Débora Bloch relembra ditadura: "Época violenta, uma coisa horrível"

Débora Bloch no Conversa com Bial - Reprodução
Débora Bloch no Conversa com Bial Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

02/10/2019 07h50

Débora Bloch falou sobre seus tempos de escola e relembrou a ditadura militar no Conversa com Bial de ontem. A atriz vive a professora Lúcia na série Segunda Chamada, com estreia marcada para o próximo dia 8.

"Era boa aluna até entrar para o teatro. Sempre gostei de estudar, tive professores estimulantes, eles me ensinaram o prazer de estudar, do conhecimento. Entrei em um curso no teatro Ipanema, estudava de manhã e ia para o teatro, ficava até tarde. Eu assistia todo fim de semana a mesma peça, eu amava ir pro teatro", recordou.

Ela lembra o que acontecia no Brasil em sua infância e adolescência. "Cresci sob a ditadura, com esse fantasma muito presente. Lembro muito desse clima na minha infância do medo, não poder falar, a censura, as pessoas serem presas sem nenhum motivo... Foi uma época muito violenta, uma coisa horrível", lembrou.

"Quando entrei na adolescência foi nessa época de abertura em que essa tensão se dissipou, pôde-se falar e criar livremente e vislumbrar o voto. Hoje é muito louco você ver como a gente não fez uma memória, não colocou esse período como algo educativo, de a gente entender a nossa história para não repeti-la. A gente não fez um museu da Ditadura, não honrou as pessoas que morreram, não fez um legado para essa moçada entender que não é legal repetir", avaliou.

Na série, sua personagem dá aulas para jovens e adultos, o antigo Supletivo. "Num país onde tantas crianças estão fora de escola por vários motivos, você tem que dar essa segunda chance de educação de jovens e adultos. Não é nem dar, porque as pessoas tem direito", comentou.

A atriz criticou o momento político atual: "Estou muito impressionada como a gente está vivendo um desmonte das políticas públicas de educação e cultura e como tem gente na sociedade que aplaude esse desmonte. Uma coisa tão fundamental para qualquer pais, nação, sociedade civilizada... Não consigo entender uma nação sem educação e sem cultura. Talvez seja fruto de nossa ignorância".