Seal volta ao Rock in Rio no palco Sunset: "Cantar para 4 ou 400 mil dá no mesmo"
Regressando ao Rock in Rio após quatro anos, o cantor Seal tem uma missão: entregar aos fãs brasileiro um show memorável, em que o público participe não apenas como espectador, mas interagindo intensamente com o espetáculo, seja emanando boas energias ou entoando os refrãos ganchudos de Crazy e Kiss from a Rose.
"Minha prioridade é engajar a plateia. E a forma com que faço isso é tentando me comunicar, de modo que não exista mais um show meu para eles, mas todos fazendo um show juntos, como uma unidade", explica Seal ao UOL, por telefone, em uma mensagem repetida telegraficamente várias vezes durante a entrevista.
Anote as datas: o britânico se apresenta em 27 de setembro, primeiro dia do Rock in Rio, em um show que terá participação da baiana Xênia França. Dois dias depois, no domingo do dia 29, cantará em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera, dentro de uma série de apresentações que também terá Weezer, Dave Matthews Band, Nickelback e Black Eyed Peas —todos atrações do Rock in Rio.
Calmo, por vezes taciturno e devorando um lanchinho enquanto conversa, Seal se diz absolutamente tranquilo sobre a segunda vez no Rock in Rio. Tanto em dividir palco com uma artista jovem brasileira quanto em sua nova posição no festival. Agora escalado em um palco paralelo, o Sunset, Seal esteve no cenário principal em 2015, abrindo para Elton John e Rod Stewart.
Não me lembro de quando cantei no palco grande do Rock in Rio. Para mim, o mais importante é me conectar com as pessoas. Comovê-las. Cantar para quatro ou 400 mil é exatamente a mesma coisa.
UOL - O que esperar do novo show do Seal no Rock in Rio?
Seal - Minha prioridade é engajar a plateia, me conectar com ela. E a forma com que faço isso é tentando me comunicar, de modo que não exista mais um show meu para eles, mas todos fazendo um show juntos, como uma unidade. Eu não espero nada dos brasileiros. A verdade é que você nunca sabe o que vai encontrar. O Rock in Rio é um evento histórico. Eu tenho boas lembranças e me sinto honrado e privilegiado de fazer parte dele.
Você tem dois hits gigantes, que precisa cantar em todos os shows: Crazy e Kiss from a Rose. Em termos criativos, essa exigência por parte do público pode funcionar como um tipo de prisão?
Não. Eu tenho muita, muita sorte de ter duas canções como essas. A maioria dos artistas não tem a sorte de ter uma canção realmente grande na carreira. E eu tenho o privilégio de ter duas ou três. Jamais seria uma prisão. Nunca me canso de cantá-las.
Em festivais, muitos estão ali para ver outros artistas. O quanto isso é desafiador para um músico?
É difícil dizer alguma coisa até o momento em que você começa o show. É muito perigoso projetar como se comportará a plateia. Para mim, se apresentar é como ir a um encontro. Existe um período em que as pessoas se conhecem. Há uma excitação. Você não sabe o que pensar. Não sabe o que a outra pessoa está pensando. À medida que o tempo passa, você vai criando intimidade. E, com sorte, pode começar dali um relacionamento. As barreiras caem. O processo do show é o mesmo.
Nos últimos anos, o tema da supremacia branca vem ganhando espaço nos EUA. Como é viver no país nesses tempos?
Supremacistas brancos sempre estiveram por aqui. A diferença é que eles estão mais conectados agora e têm uma voz. Estão sendo mais vistos. Não se encondem mais. Essas pessoas são racistas e supremacistas por algum motivo. Eles sentem alguma coisa. Não estão felizes com alguma coisa. Como o grande presidente Obama disse: 'Ninguém nasce racista'. É uma merda que aprendemos. Quando chegamos ao mundo, nós chegamos feitos de amor. É o que temos em comum. E isso, claro, muitas vezes é arrancado das pessoas, as fazendo se voltarem contra elas mesmas.
Por que nunca se posicionou mais ativamente contra o racismo?
Eu sou mais interessado em ter diálogos e tentar entender o que faz uma pessoa não gostar de outra por causa de sua cor. Não quero apenas dizer: 'Cale a boca e vá para o inferno'. Ou dizer para a pessoa que ela não tem o direito de sentir o que está sentindo. Dessa forma, nada será resolvido. O diálogo não se abre. Prefiro tentar entender de onde vem o ódio. Na maioria dos casos, as pessoas nem sabem porque são racistas. Apenas são. Foi a doutrina que lhes foi passada. Tento passar valores positivos para meus filhos, valores de aceitação, de diálogo. Dizer a alguém que seu argumento é certo e o do outro é errado não irá resolver o problema. Não funciona assim para mim.
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