É verdade: Adam Sandler está sendo cotado ao Oscar de melhor ator
Segundo maior vencedor do troféu Framboesa de Ouro, que laureia os piores de Hollywood —Sylvester Stallone ainda é o campeão—, Adam Sandler pode estar a caminho do maior prêmio de protagonista do cinema: o Oscar de melhor ator. E, pasme, não é uma piada do programa Choque de Cultura.
O filme mais recente do astro, Uncut Gems, uma dramédia policial da Netflix que estreou na última sexta-feira no festival americano Telluride Film, conquistou o coração dos críticos internacionais e já vem se credenciando como favorito a indicações da Academia de Hollywood.
No tom geral das críticas, o longa dirigido pelos irmãos Joshua e Benjamin Safdie, de produções independentes como Bom Comportamento, este não é apenas um bom filme, mas provavelmente o ponto mais alto da carreira de Sandler e um dos grandes lançamentos de 2019.
Também estrelada por Julia Fox e Idina Menzel, a história acompanha Sandler na pele de Howard Ratner, um joalheiro trambiqueiro de Nova York viciado em jogos de azar que se mete em uma aposta de alto risco, o que mudará a vida dele e de sua família.
No site Rotten Tomatoes, principal agregador de críticas publicadas na internet, Uncut Gems, que estreia no dia 13 de dezembro nos Estados Unidos —ainda não há previsão no Brasil— tem até o momento raro 100% de aprovação, baseado em sete reviews. No concorrente Metacritic, o índice bate igualmente nas alturas: 92%.
Esta não é a primeira vez que Adam Sandler se destaca fora do pastelão e de comédias tradicionais. Recentemente, em 2017, o seu filme Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe foi destaque no Festival de Cannes e rendeu ao ator prêmio no importante Hollywood Film Awards. Em 2002, ele também recebeu uma indicação de melhor ator no Globo de Ouro por sua atuação em Embriagado de Amor, de Paul Thomas Anderson.
O que estão dizendo do filme e de Adam Sandler
Segundo o crítico K. Austin Collins, da revista Vanity Fair, Sandler está em grande forma, expandindo sua personalidade cômica em direção a "inseguranças maliciosas que há muito tempo revelam o melhor do ator."
"Os personagens dos filmes de Safdie são impetuosos e voláteis, assim como os de Sandler. Aqui, com um bigode horrível e um estilo pessoal condizente com sua terrível mercadoria, ele libera doses de mania e pânico", continua Collins.
Já para Todd McCarthy, da The Hollywood Reporter, que faz um trocadilho com o título de Uncut Gems, o desempenho de Sandler é uma "joia" e aponta que ele pode ter revisado erros cometidos em sua carreira. "O fato de ele continuar se dando bem o dá confiança, sem lições aprendidas. É um grande personagem, e Sandler acerta em cheio."
Outro a tecer loas à produção é o site IndieWire, que, nas palavras do crítico Eric Kohn, a trama fascina ao combinar suspense psicológico e "explosões repentinas de comédia frenética". E Sandler é a cereja do bolo. "É o primeiro filme a de fato se comunicar com as forças performáticas de Sandler desde Embriagado de Amor".
"Presença irradiante"
Para Peter Debruge, da revista Variety, a escolha de Adam Sandler para o papel é precisa. Sua presença contagia e irradia energia. "O filme prova como um diretor certo pode pegar o que sempre irritou os críticos sobre a atuação de Sandler, a do eterno homem infantil, e elevá-lo em nome de estudos de personagens mais sutis."
Leah Greenblatt, da Entertainment Weekly, vai além ao escrever que a atuação do protagonista é preciosa, impulsiva e fantástica, assim como a trilha sonora de Daniel Lopatin. "O filme também tem um dos finais mais chocantes e satisfatórios de praticamente todos os filmes deste ano."
Na opinião de Rodrigo Perez, do site The Playlist, Uncut Gems é excelente, uma espécie de Caminhos Perigosos (de Martin Scorsese) da nova geração, ao retratar o lado "sujo" de Nova York, hoje escondido pela fama de suas atrações turísticas. E isso, em muito, isso se deve à dobradinha direção + Adam Sandler.
"Seja dentro das minas da Etiópia, dentro do reto de Howard durante uma colonoscopia ou dentro de joias místicas, Uncut Gems jamais teme empurrar o espectador para o mais fundo do abismo em que seu personagem está caindo —ou perseguindo o maior orgasmo de todos os tempos, é difícil dizer ao certo."
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